O presidente do CBHSF explicou que os conflitos pelos usos múltiplos começam devido à escassez na oferta. “Todos nós precisamos do oxigênio para sobreviver e, como ele existe de forma que atende a todos, ninguém procura saber quem aspira mais que outro, mas com a água é diferente. A demanda é crescente cada vez mais, enquanto a oferta só diminui”, comparou. “A expansão do ser humano é tão grande sobre os recursos hídricos que é necessário compreender que não podemos tratar nossos desafios da mesma maneira que décadas atrás”, completou Miranda.
Diante do problema, o presidente do Comitê apontou o controle na concessão de outorgas e a revitalização de matas ciliares como iniciativas imprescindíveis para promover o aumento na oferta de água. Miranda também chamou a atenção para a revisão do Plano de Recursos Hídricos da bacia do São Francisco, cujo texto final deverá ser apresentado no segundo semestre deste ano.
Ele também defendeu a mudança do modelo de operação dos reservatórios construídos na bacia do Velho Chico, a exemplo de Sobradinho (BA) e Três Marias (MG). “A Agência Nacional de Águas [ANA] atendeu a uma demanda do Comitê e já iniciou as discussões sobre a operação desses reservatórios, tendo em vista os usos múltiplos na bacia”, disse Miranda. Ele também defendeu a mudança da matriz energética no país e a construção do Pacto das Águas, com a definição de quanto de água cada afluente deve entregar ao São Francisco.
O simpósio realizado pelo MPE de Sergipe também contou com a participação do prefeito de Aracaju, João Alves Filho, que proferiu a palestra “Como salvar o rio São Francisco da morte certa”.
Assessoria de Comunicação do CBHSF
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