O Imip é uma das primeiras instituições de saúde de Pernambuco a atender crianças com microcefalia e se tornou referência no estado. Durante a visita, a diretora conversou com pesquisadores e médicos pernambucanos e assistiu a uma apresentação técnica do instituto de medicina, das secretarias de Saúde Estadual e Municipal sobre as ações de combate ao Aedes aegypti e o acompanhamento das pessoas afetadas pelo vírus Zika e demais doenças transmitidas pelo mosquito.
A diretora lembrou que a Polinésia Francesa passou por um surto semelhante em 2013 e 2014, mas que o território não identificou a relação entre o Zika e os problemas neurológicos, como a microcefalia. De acordo com ela, devido à descoberta brasileira a Polinésia Francesa “olhou para trás” e percebeu o mesmo padrão, tornando a relação entre zika e microcefalia mais evidente.
Ela também parabenizou o Brasil pelo bom trabalho e afirmou que o país não está sozinho. O mundo, segundo a diretora da OMS, vai ajudar o país a encontrar meios para combater o Aedes aegypti e o vírus Zika. “A essa altura, o controle do mosquito por vários métodos é a primeira linha de defesa. Infelizmente não temos vacina, um diagnóstico confiável e poucos meios de combater o problema.”
Vestida com uma camisa da campanha Zika Zero, do governo federal, ela também chamou o mosquito de complicado e persistente, já que o Aedes aegypti sempre encontra meios de se adaptar e sobreviver aos métodos de combate empregados por vários países, com casos de dengue e chikungunya.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, também esteve no Recife. Ele pediu unidade nacional e falou que a presença dos representantes internacionais em Pernambuco é simbólica, pois é o estado com mais notificações de microcefalia no Brasil. Atualmente são 1.601 suspeitas registradas. Desse total, 209 casos foram confirmados como microcefalia e 204 foram descartados.
Segundo ele, 113 países convivem com o Aedes aegypti e a dengue, e que se fosse fácil acabar com o mosquito outras nações já teriam conseguido. “É uma tarefa difícil, mas não impossível. Podemos dizer isso com segurança, porque temos dezenas de municípios que resolveram controlar o mosquito e conseguiram. Se um consegue, dez podem conseguir, e milhares podem conseguir.”
De Pernambuco, a diretora-geral da OMS seguiu para o Rio de Janeiro onde, com o ministro da Saúde, visita a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do governo federal, onde pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina contra o vírus Zika.
Agência Brasil
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