Após a reunião os membros do Fórum fizeram uma visita técnica em Bento Rodrigues e viram de perto o que sobrou do local.(Fotos: Wilton Mercês/Ascom CBHSF)
Para Anivaldo Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e membro do Fórum, a visita não foi realizada apenas por solidariedade, mas também “porque precisamos entender o ocorrido, até mesmo porque a tragédia mexe com todos os comitês de bacias hidrográficas do Brasil”, disse, prometendo “acompanhar essa situação para que não caia no esquecimento”.
“Meu sentimento é de que o Brasil inteiro pede socorro e a gente não tem muitas respostas. Mariana não precisa de processos, precisa de resoluções”, observou Rodrigo Carneiro, secretário de Meio Ambiente do município.
Emocionada em recordar a situação de poluição do rio, por causa da lama, Gilse Olinda Moreira, membro do Fórum e moradora da cidade de Colatina (ES), que também foi afetada pela tragédia, desabafou: “Não dá para maquiar. A Samarco tem que cumprir com suas obrigações e pagar pelos erros cometidos, é uma questão de compromisso com o meio ambiente e com a vida das pessoas dessa e de outras gerações. Não está tudo bonito como pode parecer para alguns”, disse.
Já João Batista, representante da mineradora Samarco, reconheceu que a tragédia de Bento Rodrigues foi de magnitude mundial e garantiu que vem acontecendo reuniões semanais para definir ações para recuperação do rio Doce. “Estamos nos esforçando, ao máximo, para dar assistência às famílias afetadas e para diminuir os impactos causados no rio”, falou.
José Nascimento de Jesus, que representa a Associação de Moradores de Bento Rodrigues, observou que não é suficiente oretorno que a Samarco vem dando para a população. Mas reconheceu que a mineradora tem se esforçado para cumprir com suas obrigações. Jesus fez um alerta para a situação dos rios brasileiros. “Os rios brasileirosestãopoluídos. É preciso que os órgãos federais tratem os rios de maneira diferente de como eles são tratados hoje. Mariana é o centro das atenções por causa dos últimos acontecimentos, mas a poluição de outros rios, como está sendo debatida? Não podemos esquecer disso”, lembrou.
A reunião que aconteceu em Mariana foi mediada pelos coordenadores do FNCBH, Affonso Henrique de Albuquerque Júnior e Luiz Carlos Sousa Silva, contando com a presença de membros do colegiado dos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Ceará, Mato Grosso, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe, Tocantins e São Paulo. Após a reunião os membros do Fórum fizeram uma visita técnica em Bento Rodrigues e viram de perto o que sobrou do local.
Ascom CBHSF
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