domingo, fevereiro 14, 2016

A invasão das moscas - Artigo do biológo João Augusto Oliveira Antunes

Em épocas do ano onde há calor e umidade, há também maior reprodução destes insetos, que encontram em ambientes sujos e úmidos e com disponibilidade de alimentos locais ideais para proliferação. Quando chove, as moscas buscam os abrigos, que nas cidades são as residências, as cantinas, os restaurantes, causando desconforto e reclamações. (Foto: Lúcia Xavier)

Por: João Augusto Oliveira Antunes*

As moscas domésticas desenvolvem-se através do processo denominado metamorfose completa, ou seja, compreendendo os estágios de ovo, larva, pupa e adulto. O ciclo se completa entre 7 e 35 dias, dependendo da temperatura e umidade.

A fêmea põe seus ovos numa grande variedade de substratos orgânicos em putrefação, decomposição ou fermentação, tanto de origem animal quanto vegetal, daí sua particular preferência por estercos, fezes e lixo. Uma mosca pode voar até 5 km!

A fêmea acasala apenas uma vez, armazenando os espermatozóides, vive em torno de 30 dias e nesse período chega a pôr em média 700 ovos. Um único casal pode gerar até 125.000 descendentes em 4 semanas! A mosca doméstica em países tropicais pode produzir até 30 gerações.

Não há como exterminar as moscas, mas podemos controlar suas populações, por meio de métodos físicos, químicos e biológicos. Há diversos tipos de mosquicidas no mercado, que podem ser adulticidas ou larvicidas.

Em ambientes urbanos, principalmente em cidades onde há pontos de lixo, animais soltos defecando à toa, onde as pessoas têm o péssimo hábito de sujar as ruas e onde as prefeituras não desempenham bem a limpeza urbana, a proliferação das moscas acaba pondo em risco a saúde de humanos e de animais.

Em épocas do ano onde há calor e umidade, há também maior reprodução destes insetos, que encontram em ambientes sujos e úmidos e com disponibilidade de alimentos locais ideais para proliferação. Quando chove, as moscas buscam os abrigos, que nas cidades são as residências, as cantinas, os restaurantes, causando desconforto e reclamações.

Quanto mais sujo o ambiente tanto mais moscas surgirão. Temos que conviver com elas, aprender a mudar nossos hábitos e não sujar a cidade, entender que as ruas são a extensão de nossas casas e saber que a gestão municipal deve conjugar políticas públicas de saúde e de meio ambiente.

*Biólogo e Conselheiro Municipal de Meio Ambiente de Catu-BA

Artigo publicado originalmente no blog Expresso Catuense, em 13 de maio de 2013 e republicado em 25 de janeiro de 2016

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