Cássio, Gil e Elias também negociam suas saídas. Apenas o goleiro não vai para a China – ele tem proposta do Besiktas, da Turquia. Roberto de Andrade, então, desabafou sobre a postura dos chineses e não garantiu nenhuma permanência no elenco.
– O futebol chinês trabalha um pouco diferente de outros clubes. Qualquer outro clube procura o clube e pergunta se tem interesse em vender, negociação normal. O futebol chinês procura primeiro o atleta, seduz o atleta, e o clube toma ciência disso meia hora antes de o atleta falar que vai embora. Depositam a multa e o atleta vai embora, não existe defesa para o clube. Nessa situação podemos perder mais cinco, seis, sete, todos que forem requisitados por algum clube – admitiu o presidente.
Apesar de não culpar os jogadores pelas propostas aceitas, Roberto de Andrade tentou, ainda que de maneira tímida, passar um discurso otimista. Dizer que o Corinthians é maior do que qualquer jogador. Pouco depois, porém, mostrou-se resignado.
– Não vamos ficar bravos com o atleta. Quem chora pelo Corinthians sou eu. O torcedor também. O resto não tem amor ao Corinthians. Eles trabalham no Corinthians. Temos a mania de achar que o atleta tem um vínculo eterno. É duro falar isso, mas é a verdade. O poder financeiro fala mais alto na vida de qualquer cidadão. Quando o dinheiro é muito maior, não tem o que fazer – disse Roberto.
Questionado repetidamente sobre o assédio chinês, Roberto perdeu a paciência:
– Nenhum clube da China fala com o Corinthians. Ninguém, ninguém, ninguém. Nem por e-mail, sinal de fumaça, nada, porque não sei de nada.
Sem controle sobre as negociações, o clube aguarda para saber qual será o grupo à disposição do técnico Tite no Torneio da Florida. O elenco viaja para os EUA no próximo dia 13 e já não terá Jadson, Renato e Ralf. A tendência é de que as situações pendentes sejam resolvidas até o início da próxima semana.
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