A decisão de reduzir ainda mais a vazão dos reservatórios do São Francisco foi desaprovada por algumas entidades presentes à reunião na ANA, que alegaram prejuízos com a nova resolução, entre elas o CBHSF (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Mesmo não defendendo formalmente o uso do volume morto, o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, considera que esta retirada de água em Sobradinho, caso se faça necessária, "deverá ocorrer de forma que não comprometa o funcionamento do reservatório, assim como a qualidade das águas que abasteceria a população ribeirinha e os demais usuários da bacia do rio São Francisco”, diz. Para tanto, ele sugere um estudo preventivo que determine os limites de uso desta reserva, que poderá chegar a cinco bilhões de metros cúbicos. A medida de utilização do volume morto foi praticada recentemente no sistema Cantareira, no Sudeste do país, mostrando-se bastante eficaz no enfrentamento de períodos de baixa precipitação.
Já a decisão de reduzir ainda mais a vazão foi desaprovada por algumas entidades presentes à reunião, que alegaram prejuízos com a nova resolução, entre elas o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), representado pelo presidente Anivaldo Miranda. “Vemos com cautela este redução uma vez que agravará ainda mais os problemas ambientais da bacia. A posição do Comitê se mantém a mesma: a de que a melhor solução é esperar o término do período chuvoso, entre março e abril, para que então se tome algum tipo de medida”, destaca.
Miranda intercedeu pela necessidade de se praticar novos instrumentos restritivos para suprir esse deficit no armazenamento das represas. “Não podemos pensar apenas em reduzir as vazões. Poderia muito bem ser empregada a suspensão de outorgas à montante dos reservatórios; ou até mesmo a retirada de água dos afluentes estaduais do São Francisco”, defende.
Saneamento – As opiniões contrárias à redução da vazão de Sobradinho manifestadas tanto pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) quanto pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) chamaram a atenção dos especialistas presentes à reunião devido aos altos investimentos que deverão ser gastos pelas empresas caso a vazão se mantenha em 800 m3/s. Enquanto a Casal necessita de R$7 milhões para readequar os seus pontos de captação que levam água para 800 mil alagoanos, a Compesa precisará desembolsar R$12 milhões para abastecer 1 milhão de pessoas que residem no Agreste pernambucano. Ambas as companhias foram taxativas ao informar que não dispõem dos recursos.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF
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