Por Magno Martins
Já caiu como gotas de orvalho nas folhas secas que ganharam vida e esplendor. O verde que se espalha deixou lindo o meu Sertão. Dos açudes, temos água. Das árvores, frutas. Da terra, feijão e milho para matar a fome. Verde, o Sertão contraria os escritos de Guimarães Rosa, que disse que Sertão quem sabe dele é urubu, gavião e gaivota, pássaros que estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas.
Sertão verde e de rios cheios é colírio para os meus olhos, sempre pronto alimentar a minha alma. Queria estar lá, ouvindo a chuva cair e bater no telhado, molhar a terra tão sedenta, trazendo alegria e esperança. Chuva alegra a vida do matuto, renova até o amor, reveste nossa alma do mais puro frescor.
A água da chuva é doce, cai do céu embalando novos e antigos sonhos, renovando doces lembranças. O renascimento do sítio Arruda me remete às lembranças de Biu Gomes, um poeta popular, que fez um casamento telúrico e indissolúvel com a mãe natureza e o canto do Sabiá no Sertão
“O sabiá do sertão/ faz coisa que me comove/ passa três meses cantando/ e sem cantar passa nove/ como que se preparando, pra só cantar quando chove!
Certamente, o sabiá deve estar rouco de tanto cantar!
Do Blog do Magno
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