Familiares e amigos acreditam que o crime tenha relação direta com a atuação combativa de Edmilson na luta pela reforma agrária. Sob a bandeira do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), o líder comandava ocupações, denunciava crimes ambientais e desmandos supostamente praticados por fazendeiros da região, sobretudo em Porto Calvo.
“A gente do movimento sem terra vive arrumando intrigas por causa das invasões das fazendas. É muita inimizade”, confessou o agricultor Ivanildo Silva. Ele mora em Porto Calvo e levaria, no carro dele, Edmilson a Maceió, onde receberia cestas básicas no depósito da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os alimentos seriam distribuídos aos assentados e acampados da região Norte do Estado.
“Logo cedo, ele ligou para mim e disse que estava me aguardando na beira da pista, do lado do assentamento. Quando eu cheguei, ele já estava morto”, lamentou o amigo.
Edmilson foi surpreendido à margem da AL-465, enquanto aguardava a chegada do carro. Dois homens em uma moto se aproximaram e abriram fogo contra o líder sem terra. Ferido, ele buscou refúgio dentro da sede do assentamento, que ainda está em fase de instalação. Edmilson tombou ao lado de um barraco de lona, morto com tiros na cabeça.
Os criminosos fugiram levando uma bolsa com todos os documentos da vítima. Edmilson morava com a esposa, Célia Amâncio dos Santos, 33, num barraco instalado na sede do assentamento. As casas de alvenaria ainda não foram construídas. Ele era pai de cinco filhos.
Gazeta de Alagoas
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