De acordo com o delegado Erivaldo Guerra, responsável pela primeira prisão do criminoso, em 2007, uma testemunha identificou o médico como falso e repassou a informação à Delegacia de Boa Viagem. Em Paulista, o policial se passou por paciente e questionou sobre o registro no Conselho Regional de Medicina. O criminoso informou um registro utilizado por outro médico.
Depois das perguntas do delegado, o homem afirmou ser estudante de medicina e, em seguida, comerciante. Após os questionamentos, o falso médico confessou os crimes de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica e foi encaminhado, na manhã desta quarta (13), ao Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel).
As prisões anteriores aconteceram em 2007, no município de Sirinhaém, na Zona da Mata Sul; em 2008, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e em 2012, na Paraíba. Em todas as vezes, ele foi liberado meses depois das prisões, mediante alvará de soltura.
O médico que teve o CRM utilizado pelo criminoso, Gustavo Vidal, informou ao G1 que estava ciente do caso desde outubro de 2015. Além dos documentos falsificados, o falso profissional também abriu uma conta bancária na Caixa Econômica Federal utilizando o nome falso. "Desde que eu soube disso, entrei em contato com o Conselho Regional de Medicina e as polícias Civil e Federal, mas me responderam que o máximo que seria feito era a abertura de uma sindicância e a transferência do caso para Camutanga, cidade em que houve registro de exercício ilegal da medicina", conta Vidal.
Para o médico, a falsificação não foi uma surpresa. "Essa é a quarta vez que esse falso médico é preso. É claro que são necessárias medidas mais incisivas, mas isso não cabe a mim", comenta.
O diretor do Hospital Central de Paulista, Alberto Fausto, afirmou estar surpreso com a prisão do falso médico. Segundo Fausto, o criminoso teria sido contratado como plantonista em outubro de 2015 e, no momento, apresentou registro nos conselhos Regional de Medicina e Nacional de Estabelecimentos de Saúde.
Desde outubro, o Hospital Central de Paulista não registrou queixa dos procedimentos adotados pelo médico durante os plantões. Ainda de acordo com o diretor do hospital, o homem afirmou trabalhar como plantonista em unidades de saúde de Vitória de Santo Antão, Limoeiro, São Lourenço da Mata e Na UPA de Igarassu. A assessoria de comunicação da UPA de Igarassu informou que o falso médico nunca trabalhou lá.
G1 PE
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