Os 25 secretários, entre municipais e executivos, e as cerca de 820 pessoas que ocupavam cargos comissionados na cidade do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife(RMR) foram exonerados nesta terça(05) pelo prefeito, Vado da Farmácia(PTB). Embora a prefeitura não tenha se pronunciado oficialmente, nos bastidores a informação é de que a medida extrema foi até agora a última de uma série que tem o objetivo de otimizar a administração que segue com dificuldades para fechar as contas. O comunicado da exoneração foi feito no Centro de Administração municipal (CAM) às 11h, com a presença de parte do secretariado, que continuou trabalhando durante o dia de ontem.
Parte deles deverá ser chamada amanhã para a nova composição da administração. “A expectativa é é essa, pois fomos exonerados sem nada ser explicado, mas nem se a reunião, ou se ocorrerá uma mesmo, eu posso te confirmar”, asseverou um secretário que preferiu não se identificar. Mesmo com toda incerteza, os únicos que seguiriam mais “garantidos” são os que ocupam as pastas mais importantes, como da Defesa Social, Educação, Saúde e Fazenda, mas mesmo esses não tiveram a certeza de que serão chamados de volta.
Outro secretário, também em sigilo, informou que desde o ano passado o prefeito Vado vem promovendo cortes com a alegação de combater a “crise no cofre municipal”, tendo vetado o uso de carros pagos com dinheiro da prefeitura pelo secretários e, posteriormente, cortado em 20% o vencimento dos secretários e 15% dos comissionados. Atualmente, os 12 secretários municipais recebem cada R$ 10 mil de salários, e os 12 executivos em torno de R$ 7 mil. De acordo com o portal Tome Conta, do Tribunal de Contas de Pernambuco, a receita arrecadada da cidade sofreu uma queda grande nos últimos dois anos. Tento caído R$ 119 milhões entre 2014 e 2015. No entanto, este último ano ainda não foi consolidado e só conta com os valores até 31 de outubro. Em 2014, o valor foi na casa dos R$ 520 milhões.
O prefeito Vado da Farmácia não foi localizado para comentar quais exatamente foram os motivos para o corte, como ficará a estrutura da administração e a economia que a medida trará. Sem se identificar, dois comissionados procurados pela reportagem definiram o dia de ontem como um “caos e uma irresponsabilidade” por parte do prefeito, pela falta de esclarecimento nas demissões.
Por Marcos Oliveira - Jornal do Commercio
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