Avanço das doenças transmitidas pelo Aedes preocupa Alexandre Gondim/JC Imagem
Ainda neste ano, três mortes por dengue já estão em investigação. No mesmo período de 2015, não houve registro de óbitos. “Isso mostra que precisamos fortalecer o que vem sendo realizado. É necessário trabalharmos com mais afinco”, informa epidemiologista George Dimech, diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da SES.
Com as 923 notificações de dengue, mais 255 de chicungunha e outras 200 de zika durante os sete dias da primeira semana epidemiológica do ano, o Estado contabiliza 1.378 pessoas que adoeceram com sintomas de três doenças que fazem o mundo desdobrar esforços para reforçar a vigilância dos casos e avançar em relação a estratégias de enfrentamento a um mosquito que transmite um vírus ainda desconhecido (o zika) e que continua a inspirar mais incertezas do que respostas.
Essa realidade fez o escritório central da Organização Mundial de Saúde (OMS), na Suíça, a assumir o combate do zika vírus, nesta semana, e pedir que governos de todos os continentes informem a entidade sobre eventuais casos da doença ou de microcefalia. Pelo menos, 18 países identificaram casos de zika. O alerta da OMS reforça a necessidade de que seja mantida a luta para reduzir a presença do Aedes e suas outras consequências, principalmente aquelas relacionadas ao zika, como a microcefalia.
“Cada pessoa deve ser um soldado no enfrentamento ao mosquito. É necessário que todo o mundo esteja focado nisso para que as ações tenham efetividade”, acredita George, que faz análise retrospectiva para frisar como o avanço das doenças transmitidas pelo Aedes preocupa. “O ano de 2015 terminou com seis vezes mais casos notificados de dengue em relação a 2014, que não foi de epidemia. E 2016 já começa com um aumento de casos de 40% em relação ao início de 2015.”
Ele salienta que os casos de chicungunha estão subnotificados. “Os dados de Pernambuco provavelmente não representam a realidade. Como muitos casos apresentam sintomas inespecíficos, que não permitem notificação no sistema, podemos inferir que o número de pessoas que adoecem por chicungunha é maior do que em registro.” Outro detalhe é a subnotificação de zika, cujo registro só passou a ser obrigatório em dezembro de 2015. Desde então, o Estado contabiliza 1.586 casos (200 deles apenas de 3 a 9 deste mês) em oito das 12 regionais de saúde. “Esse número deve ser maior, pois se infere que onde teve dengue provavelmente teve zika”, conclui o epidemiologista.
Jornal do Commercio
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