Artista pernambucano Abelardo da Hora faleceu em 2014
Esculturas, desenhos e pinturas, em um total de 101 obras, formam a exposição de Abelardo da Hora em cartaz na Caixa Cultural, centro da capital paulista. “Esta exposição quer contá-lo como personagem completo: educador por excelência, desenhista, pintor, gravador”, ressalta o curador Renato Magalhães Gouveia sobre a mostra do artista, que morreu em setembro de 2014, aos 90 anos.
Entre os destaques estão as esculturas em bronze, como Menino de Mocambo e A Fome e o Brado. Ambas têm o tema da denúncia social, uma das marcas do trabalho do artista. Foi essa veia política que fez com que Abelardo fosse perseguido durante o período da ditadura militar. Integrante do então clandestino Partido Comunista, o artista contava que havia sido preso mais de 70 vezes.
Também está presente a série de 22 desenhos Meninos do Recife. Figuras de aspecto sofrido que engraxam sapatos, esmolam e dormem ao relento integram os desenhos. “Habitantes desse pântano sem escrituras, sem títulos. Submetidos ao ócio que gera a fome e o vício. E um calendário implacável de misérias e imprevistos”, definiu o artista em seu poema que dá nome a coleção desenhos.