Saúde com Ciência dedica série à saúde dos homens, que vivem, em média, sete anos a menos do que as mulheres (Ilustração: Juliana Guimarães)

Os episódios do programa Saúde com Ciência são apresentados diariamente pela Web Rádio Petrolândia, em intervalos ao longo de sua programação.

Para o urologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Augusto Reis, a “fuga” do médico está associada a questões culturais. “O homem pode se achar infalível e aceitar essa condição de ter uma enfermidade vai contra sua infalibilidade. Portanto, aceitar uma doença é aceitar uma fraqueza”, afirma. Por outro lado, Reis vê uma dificuldade quanto à compatibilidade dos horários disponíveis no atendimento de saúde, de modo que é comum o indivíduo não assimilar isso com seu horário de trabalho, deixando de ir às consultas e até mesmo de dar continuidade ao tratamento.
A baixa procura médica pelo homem tende a começar cedo, o que pode comprometer sua vida sexual. Segundo o professor, enquanto as meninas costumam ir ao ginecologista para receber orientações sobre sexualidade após a primeira menstruação, isso não acontece com os rapazes. “Quando os homens jovens iniciam sua vida sexual ali na pré-adolescência, eles não procuram nem recebem assistência. Eles não vão ao urologista para ter essa primeira orientação. E aí vem o primeiro problema: eles não fazem o uso correto do preservativo e se expõem às DSTs e a uma gravidez não planejada”, explica.
Maus hábitos e problemas cardiovasculares
Os homens também costumam adotar hábitos de vida menos saudáveis que as mulheres. Para se ter uma ideia, há mais pessoas com excesso de peso e fumantes do sexo masculino. O tabagismo e a gordura corporal estão associados aos problemas cardiovasculares, principal causa de óbito no país, sendo que 60% das vítimas fatais são homens. “Em geral, eles dão menos atenção à saúde que as mulheres. Aliado a isso tem o fato de que, especialmente nas fases iniciais, a doença cardiovascular pode se apresentar de forma assintomática, ou seja, de forma silenciosa”, observa a nefrologista e professora da Faculdade de Medicina, Rosângela Milagres.
Rosângela também aponta o sedentarismo e a má alimentação como vilões. “As pessoas não fazem atividades físicas regulares e, associada a essa vida sedentária, vem a questão da dieta inadequada. Infelizmente, a gente acaba ingerindo uma grande quantidade de sal, gordura saturada e carboidratos e muito pouco de fibras, o que agrava os riscos de desenvolver doença cardiovascular”, alerta.
A fim de melhorar a qualidade de vida e prevenir doenças no futuro, o professor Augusto Reis ressalta a importância de evitar o fumo e ingerir bebidas alcoólicas com moderação. “Lembrando que o álcool está muito ligado aos acidentes de trânsito, que é uma das causas mais comuns de óbito do adulto jovem”.
Esse debate não pára por aqui. O Saúde com Ciência apresenta a série “Saúde do Homem” entre os dias 21 e 25 de dezembro. Fique ligado!
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é veiculado de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h, na Rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. O programa, produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde.
Ele também é transmitido em outras 175 emissoras de rádio, que estão inseridas nas macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
UFMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.