Heverton Flávio, de 27 anos, diz ao G1 que um homem entrou em contato com ele no fim de setembro, oferecendo trabalho. As negociações continuaram até 2 de novembro, e quando ele percebeu que não tinha retorno, procurou a polícia. A "oferta" de emprego era de R$ 4,2 mil de salário, gratificação de 25%, R$ 280 de alimentação, pagamento de horas extras e ainda passagem aérea para o Rio Grande do Sul - onde trabalharia no setor da construção civil.
Segundo o encarregado de obras, o homem disse que outra pessoa entraria em contato por e-mail para falar sobre o valor do salário e outros detalhes. "A pessoa que me ligou morava aqui em Petrolândia, mas já faz uns três anos que não a vejo mais. E eu já havia trabalhado na mesma cidade [Bagé-RS] que foi oferecida a proposta de emprego, por isso não vi problemas", relata.
O encarregado enviou um e-mail para um suposto funcionário da empresa, com currículo e outros documentos pessoais como comprovante de residência, CPF e RG. "Eles pediram também a última ficha da carteira de trabalho e que eu depositasse R$ 1 mil para efetivar a contratação".
Recrutamento
Os supostos estelionatários pediram que mais pessoas fossem trabalhar com Heverton. "Ele me pediu uma equipe. 'Você tem sua equipe para trabalhar com você?', eu disse 'Tenho'. Tem um rapaz de Paulo Afonso que já trabalhou comigo e não me deu problema. Aí foi quando entrei em contato com meu colega, que falou com mais dez [pessoas]. Aí uma outra pessoa da suposta empresa, sem eu saber, entrou em contato com o colega de Paulo Afonso e perguntou por outros profissionais", declara o encarregado. Ao todo, 70 pessoas do município teriam enviado a documentação e pago os valores solicitados, informou o homem à Polícia Civil.
Heverton também informa que um dos suspostos agenciadores solicitou o contato de um encarregado em um município de Alagoas. "Ele me ligou e perguntou se eu tinha o contato de um encarregado de Delmiro Gouveia (AL). Aí eu passei só o contato e, nisso, ele ligou para o cara e acertou. Ficaram 12 caras de Delmiro Gouveia também".
Viagem das vítimas do golpe para o 'emprego' começou a ser adiada em outubro, segundo Heverton (Foto: Heverton Flávio/ Arquivo Pessoal)
Viagem marcada
A "contratação" de todos e a viagem estava marcada inicialmente para o dia 12 de outubro. "A partir disso, eles começaram a adiar. Disseram que tinha começado um período de chuvas e que não havia condições de trabalho por causa da chuva. Adiaram para o dia 26 de outubro e depois para 2 de novembro. No dia 2, disseram que a viagem seria no dia 23 de novembro e que dois dias antes entrariam em contato para combinar a entrega das passagens", conta Heverton ao G1. Desde então, o homem que fez o primeiro contato com o encarregado de obras não atende mais as ligações. "O pessoal que também pagou está revoltando e fazendo ameaças", diz.
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