sexta-feira, dezembro 04, 2015

Exames apontam problemas de visão em bebês com microcefalia no Recife

Fundação Altino Ventura promove mutirão no próximo dia 14 de dezembro.

Bebês com microcefalia associada ao zika vírus estão nascendo com uma série de alterações oftalmológicas, como glaucoma, catarata congênita e anomalias do nervo óptico e da retina. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4) por Liana Ventura, presidente da Fundação Altino Ventura (FAV), do Recife. A Fundação examinou mais de 20 bebês com microcefalia -- entre os 646 casos confirmados em Pernambuco -- e encontrou alterações em quase todos eles.

Segundo Liana, essas são as primeiras repercussões à saúde das crianças com a anomalia ocasionadas pela presença do zika. O Ministério da Saúde afirma, em seu site oficial, que “cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental”, mas os danos causados pela microcefalia associada ao zika ainda estão sendo estudados.

A FAV marcou para o próximo dia 14 um mutirão para recém-nascidos com microcefalia. O objetivo é iniciar o mais rápido possível o tratamento para reduzir os efeitos desses problemas. Até agora, 15 médicos, entre oftalmologistas pediátricos, retinólogos e especialistas em glaucoma, córnea e catarata congênita, já se voluntariaram para o mutirão. Com o resultado desses exames em mãos, a ideia dos médicos é produzir um relatório.

Até agora mais de 20 bebês foram examinados na FAV e em serviços particulares do Recife. Esses recém-nascidos foram encaminhados à FAV por unidades de saúde do estado. A ideia do mutirão é avaliar todos os casos de microcefalia diagnosticados em Pernambuco.

Os atendimentos do mutirão serão realizados na Fundação Altino Ventura, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. A FAV está convocando pais de todo o Estado a levarem seus filhos que nasceram com microcefalia associada ao zika.

Os problemas oculares foram verificamos nos exames oftalmológicos feitos nos recém-nascidos. “Já sabemos que esses bebês têm alterações oftalmológicas significativas relacionadas à presença do zika vírus. É o que chamamos de fator teratogênico. É o zika que está provocando essas repercussões em crianças com microcefalia. Estamos fazendo uma revisão na literatura médica e observamos um contexto mais agressivo”, explica Liana.

De acordo com a presidente da FAV, o mutirão visa iniciar precocemente o tratamento. Segundo ela, em alguns casos, é possível a cura; em outros, minimizar os efeitos. “Queremos não somente fazer os exames adequados, mas também minimizar as consequências do prognóstico dessas crianças. Alguns problemas são crônicos, mas outros podem ser infecções ativas do vírus. Por isso, é muito importante mobilizar”, esclarece.

Wagner Sarmento Da TV Globo Nordeste
Serviço:Fundação Altino Ventura - (81) 3302.4300

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