Segundo o MPPE, no texto da ação civil pública estão descritas denúncias de candidatos de que as embalagens com os cadernos de prova não estavam lacradas e que algumas pessoas estavam inscritas para mais de um cargo, mesmo as provas para as funções tendo acontecido simultaneamente. Outro irregularidade apontada pelo Ministério Público é a de que familiares do prefeito tiveram livre acesso aos locais de prova e aos cadernos de resposta.
As provas do concurso aconteceram no dia 8 de novembro, mas o instituto organizador do certame, o Consulpam, havia anulado o exame para o cargo de técnico em Vigilância Sanitária alegando falha na impressão dos cadernos. O teste foi reaplicado no dia 29 do mesmo mês. Porém, para o MPPE, os problemas do certame não se restringiam a apenas um cargo e que a fraude só foi percebida porque pessoas que não estariam envolvidas no esquema de favorecimento receberam os cadernos de resposta irregulares.
A Comarca de Orocó determinou que o município envie, dentro de 15 dias, uma cópia da licitação que levou à contratação do Instituto Consulpam e a lista dos aprovados no concurso que tenham alguma relação de parentesco de até terceiro grau com o prefeito, o vice-prefeito e os secretários municipais. Também foi pedido o envio de uma relação com os nomes de todos os funcionários do município e da Câmara de Vereadores que estejam ocupando cargos de confiança e que foram aprovados no certame de 2015. O juiz da Comarca determinou ainda que o Consulpam encaminhe à Justiça as provas originais, as atas e demais documentos administrativos relacionados ao concurso.
O G1 entrou em contato com a prefeitura de Orocó e aguarda o posicionamento da instituição sobre o caso. A Consulpam também foi procurada e declarou, através de nota, que, por equívoco, todas as provas para o cargo de agente de Vigilância Sanitária foram impressas gabaritadas. Na hora da prova, os candidatos perceberam e comunicaram ao fiscal e todas os exames foram recolhidos e substituídos. A empresa julgou que seria prudente a aplicação de uma nova prova. A empresa contou ainda que recebeu notificação do Ministério Público em 30 de novembro solicitando informações sobre o certame e que já atendeu ao pedido e enviou a documentação.
G1 Petrolina
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