Aos 79 anos, Gino César estava se tratando de uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), conhecida como enfisema pulmonar, em um hospital particular da Zona Norte do Recife. Em agosto, ele já havia sofrido um infarto agudo no miocárdio. Na ocasião, passou um mês internado.
“Ele teve alta e estava se recuperando em casa, mas ficou com um cansaço grande. Há 15 dias, começou a se sentir mal, com dificuldade de respirar, e precisou ser internado novamente”, conta Paulo Ricardo da Silva, filho de Gino César.
Segundo Paulo, o quadro de saúde do radialista se estabilizou, mas voltou a piorar neste final de semana. “Ele estava no quarto, mas no sábado começou a se sentir mal. Ontem à noite [segunda], se sentiu muito mal e precisou ser transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, relata.
Gino César deu entrada na UTI por volta das 22h30. Logo depois, sofreu um novo infarto agudo no miocárdio. Desta vez, não resistiu e morreu por volta das 2h30 da madrugada.
O repórter do Bandeira Dois
Gino César ficou conhecido pelo jeito único de narrar as notícias policiais, de forma cantada. A marca foi herdada dos tempos em que fazia radionovela. Já o nome do programa Bandeira Dois faz referência à onda de assaltos cometidos contra os taxistas da capital pernambucana na década de 1960, quando Gino começou a trabalhar na rádio.
Nos bastidores da redação, o radialista também era famoso pelo seu jeito simples e carismático. Era um dos primeiros a começar a trabalhar, em busca dos destaques policiais. Tradicional, nunca trocou a máquina de escrever pelo computador e sempre usava um chapéu de couro.
Natural de Rio Formoso, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, Gino mudou-se para a capital ainda muito jovem. No Recife, trabalhou como taxista e motorista de rádio. Depois, começou a atuar como ator de radionovela e repórter policial. Ele passou pelas rádios Clube, Tamandaré, Olinda e comandava o Bandeira Dois na Rádio Jornal há quase 30 anos.
Gino César deixou três filhos e três netos. Alguns dos parentes moram em Sergipe e estão a caminho da capital pernambucana para definir os detalhes do sepultamento do radialista.
G1 PE
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