Fotos: Ascom PV-PE
O projeto Recife bom para viver ganha forma, conteúdo e se fortalece à medida que avança em suas etapas. Novos personagens, novos cenários vão sendo conhecidos nas caminhadas pelos bairros, comunidades, praças e ruas da cidade. Também a percepção de inúmeros problemas antigos que parecem se perpetuar nas gestões públicas.
Madalena
O bairro de nome simpático abriga um dos mercados públicos mais famosos. Foi lá, na praça ao lado que o grupo verde se encontrou para percorrer a Microrregião 4.1 formada pelos bairros Ilha do Retiro, Madalena, Zumbi, Torre, Cordeiro e Iputinga, além das comunidades Santa Luzia e Cardozo.
Já de saída encontramos algo inusitado. O Mercado da Madalena fica entre duas praças. A que o grupo estava é limpa e organizada. A do outro lado, suja, servindo de abrigos para homens e mulheres sem-teto que usam o local para fazer suas necessidades fisiológicas. Isso ao lado de local onde se vendem comidas, as pessoas comem e bebem. Internamente, o Mercado está organizado e limpo, mas no entorno o mesmo não acontece.
Também há venda de animais proibidos de comercialização como filhotes de Jabuti, vendidos como tartaruga-de-seco. O que diz o IBAMA (agência ambiental federal): “A venda de jabutis silvestres é crime de tráfico de animais e vem sendo combatida”.
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Percepção de Segurança
Já sabemos que Segurança é uma das pautas e reinvindicações principais do cidadão recifense. Embora sendo uma atribuição dos governos federal e estadual e considerando que a voz do povo é a voz de Deus e que é recomendado que o gestor público ouça a “voz rouca das ruas”, é importante que o gestor municipal traga para o âmbito local também parte dessa responsabilidade. Porém uma coisa é certa. A sensação de segurança é o que importa. O grupo verde se deparou com uma cena que pode explicar isso de maneira empírica.
Duas moças trabalhavam tranquilamente numa das mesas da Praça professor Calazans, ainda no bairro da Madalena, no final da Rua Menezes Drummond, perpendicular ao Mercado. A praça é bastante arborizada com brinquedos infantis em bom estado de conservação e estava vazia naquele horário das 9h30 da manhã.
Elas estavam concentradas em suas atividades e apesar de não ter posto policial, nem outras pessoas perto, não estavam preocupadas em que alguém aparecesse com uma arma e lhe roubassem os celulares ou as fizessem mal. Questionadas se tinham medo de estarem ali sozinhas, responderam: “Nem um pouco”. “Isto tem de acontecer em todo o Brasil. As pessoas não devem depender da polícia para se sentir seguras”, acentuou o professor Josemario Lucena.
Torre
A Rua dom Manoel Costa tem “jeito” de avenida por sua intensa movimentação de automóveis e separa os bairros da Madalena e Torre. Dali se segue à conhecida Avenida Conde de Irajá no “coração” do bairro da Torre, mais um agradável bairro do Recife. Na esquina desta avenida, paramos no Mercadinho Arcanjo para abastecer de água e conversar com clientes e o proprietário. A esposa informou: “A grade só está aberta porque meu marido está aqui e por causa da movimentação do grupo do Partido Verde”. Ou seja, a percepção de segurança para ela, às 10h30 de uma manhã de sábado, não é um cidadão que se sente seguro. Triste isso.
#segurança #demandadasociedade #percepção
Aprazível
A belíssima igreja ou paróquia da Torre (Para saber mais, acesse: paroquiadatorre.com.br) fica no início da Avenida Conde de Irajá, imponente e defronte à praça da Torre. Todo o entorno que envolve a igreja e a praça é bastante agradável. Certamente, uma boa opção de moradia no Recife. Há serviços diversos próximos.
Mas o que chama atenção na boa estrutura da praça é o enorme de campo de futebol – Campo do Boirão - que atrai jovens de diversos pontos da cidade. “Modelo que deve ser replicado para outros bairros. O que é bom é para ser copiado e incentivado”, afirma Carlos Augusto.
Santa Luzia
(No site fundaj.gov.br há um bom texto da pesquisadora Semira Adler Vainsencher sobre a comunidade. Outro bom texto sobre a comunidade no endereço adolescer.org.br)
Se os bairros de tem problemas, nas comunidades não é diferente. A Santa Luzia (2) é a maior comunidade do bairro da Torre. Suas deficiências e problemas são comuns a todas as demais. A dona Lindalva que tem duas netas e mora há 38 anos na comunidade gosta do lugar. “Coisa boa aqui são os vizinhos. Um acode o outro”.
Sobre invasores e invasões
A quem pertence uma área pública? A ninguém. Talvez seja esta a concepção para quem invade áreas públicas seja por necessidade de moradia, seja para realizar negócios financeiros, sem ética, moral e responsabilidade socioambiental.
Esta é a mensagem que os invasores passaram a responder a dona de casa Jaciara quando tentou defender o espaço público de frente a sua casa na comunidade Santa Luzia. Parte da área na beira dos manguezais do Rio Capibaribe já foi tomada por construções irregulares ao longo de décadas.
Na tentativa desesperada de evitar que pelo menos o espaço público em frente a sua casa não passasse pelo mesmo infortúnio, Jaciara fez o básico e simples: ocupou plantando mudas de árvores protegidas por pneus velhos. “Existe algo mais simples do que isso?”, questiona Carlos Augusto sobre a atitude positiva da moradora.
Simplicidade
Os maiores argumentos dos gestores públicos para resolverem problemas recaem sobre burocracia. Mas, francamente, plantar árvores, limpar terrenos, construir cercas e manter fiscalização e vigilância diariamente necessitam de licitações, compras, decretos e projetos de leis?
Os barracos à beira dos manguezais no Rio Capibaribe não foram construídos em 24 horas. Poderiam ter sido evitados; ainda podem ser se houver vontade política e ação ostensiva contra invasores de áreas públicas.
Cordeiro
Se você morasse sua vida inteira na beira mar, pescando e tomando banho de mar, mesmo que em condições adversas, se acostumaria a viver um espaço de 30 metros quadrados longe do oceano?
Foi isso que o governo municipal, com apoio do governo federal fez quando retirou os moradores de Brasília Teimosa e os jogou para morar no Conjunto Residencial do Cordeiro. Faz mais de 13 anos que isso aconteceu e dos que vieram quase todos partiram. “Todo mundo saiu”, garante a comerciante do pequeno bar anexo no térreo.
Parque do Caiara
Com 41 mil metros quadrados, o Caiara fica às margens do Rio Capibaribe e tem área privilegiada, repleta de verde, tanto que para a prefeitura é considerado Unidade de Equilíbrio Ambiental..
Porém, a realidade encontrada pelo grupo verde do projeto Recife bom para viver é dura. “Uma situação indescritível”, avalia o presidente estadual do PVPE, Carlos Augusto. “A cidade precisando de mais parques, mais áreas verdes para convívio das pessoas e encontramos esta possibilidade neste local, quase abandonado”.
O Parque do Caiara conta com quatro quadras, uma pista de skate e brinquedos infantis até em condições razoáveis, mas se deteriorando pela falta de cuidados. Sem segurança e monitoramento, o invés de famílias e crianças desfrutando do lazer saudável, o local serve de pasto para cabras, bois e vaquinhas mimosas.
Comércio
Se dentro do Parque a situação é de abandono, no entorno que se tem é uma feira de tudo e qualquer coisa que se queira, usada ou nova, desde bugigangas até acessórios eletrônicos. Claro que não deve se esperar por notas fiscais, nem garantias. “Essa feira sustenta mais de 300 famílias”, garantiu um dos comerciantes do local.
Em cada caminhada do Recife Bom Para Viver o Recife vai mostrando sua cara e seu privilégio de ser cortado pelo glorioso Rio Capibaribe, sofrido de tanta desventura dos próprios cidadãos que descarregam nele aquilo que não querem para si. Por que Recife? Por que e até quando? Vamos Mudar? Vamos.
#PVPE43 #partidoverde #recifebomparaviver
Ascom PV-PE
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