Ao ingressar na EREM, Jussara percebeu que alguns estudantes negros sofriam discriminação. “Seja por piada, brincadeira na hora do intervalo ou até olhares. Aqui é uma região bastante delicada, pois temos um grande número de descendentes de indígenas que se misturaram com negros. No centro da cidade, muitos deles são discriminados e na escola não era diferente”, conta. Em maio daquele ano, a professora se uniu a outros docentes para colocar em prática um plano para vencer o preconceito.
Até novembro, os professores realizaram diferentes atividades pedagógicas, dando início ao projeto. Entre elas, os alunos fizeram trabalhos com literaturas clássicas sobre a mulher negra, como obras de José de Alencar e Gilberto Freyre, oficinas de artes, danças afro, teatro, além de diversos momentos de discussões sobre o papel da mulher negra na sociedade. “Tivemos diversas culminâncias para cada oficina. Ao passar dos dias, fui vendo a mudança de comportamento das alunas negras da instituição. A autoestima e até o desempenho em aula eu posso afirmar que melhorou”, conta Jussara, que inscreveu o projeto assim que ele se encerrou, no dia 20 de novembro.
“O inscrevi escondido de todo mundo, já para não criar nenhuma expectativa. Nunca pensei que iríamos ganhar. Nunca pensei que esse chão pequeno do Sertão fosse ser lembrado.” Com o prêmio de R$ 10 mil que a instituição recebeu, a docente pretende ampliar a temática do projeto. “Vimos resultado e agora a nossa intenção é acabar de vez com qualquer tipo de preconceito na escola”.
Carina Cardoso/Secretaria de Educação de Pernambuco
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