segunda-feira, outubro 19, 2015

O Movimento Sindical e seus desafios - Artigo de Doriel Barros


O Movimento Sindical enfrenta um dos seus maiores desafios: mobilizar sua base para seguir firme apoiando um projeto que é o que mais se aproxima do modelo defendido, há muito tempo, pelos dirigentes sindicais do campo e da cidade, chamado de Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – PADRSS.

Esta semana, nos dias 20 e 21, no município de Carpina, cerca de 400 lideranças, dos 179 Sindicatos filiados à FETAPE, estarão reunidas para debater a crise econômica e financeira mas, principalmente, os riscos de retrocesso nas politicas públicas conquistadas pela classe trabalhadora, nos últimos 12 anos.

Entre os avanços obtidos, estão leis e diversos programas e projetos que promoveram mudanças extraordinárias na vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, a exemplo da aposentadoria rural, Pronaf, seguro agrícola, habitação rural, cisternas de placas e compra direta da agricultura familiar. Porém, cada um desses passos corre sério risco de continuidade, frente a um cenário de defensores da meritocracia, onde o Estado seja mínimo.

Por tudo isso, é preciso fazer esse debate junto com a sociedade. Pernambuco, por exemplo, passa pelo quinto ano de seca, e embora a situação seja extremamente difícil, não temos presenciado saques ou mortes de pessoas, como ocorreria no passado. Esse é apenas um dos reflexos diretos das politicas públicas do Governo Federal, que a oposição faz questão de ignorar.

Na verdade, a oposição não esta preocupada com as condições de vida dessas pessoas que estão no Semiárido. Quando a FETAPE fez mobilizações, ocupações e campanhas, juntamente com a Arquidiocese de Olinda e Recife, para amenizar as consequências da estiagem na vida de famílias do Sertão e Agreste do estado, essas pessoas que, hoje, utilizam-se dos espaços dos Parlamentos, para combater o Governo, em nenhum momento se pronunciaram para ajudar na implementação dessas ações. Elas, que se apresentam como moralistas, não têm moral e nem referência de apoio aos povos do campo.

Por isso, sabemos que precisamos ouvir as nossas bases para, de forma democrática, fortalecermos as bandeiras e as lutas que unificam um conjunto de organizações que têm uma grande capilaridade em Pernambuco. Pois, se lutamos contra a Ditadura e as diversas formas de opressão, não será agora, que está em jogo a democracia e a escolha da maioria do povo Brasileiro, que a FETAPE será omissa, como está fazendo muita gente, que não tem opinião própria e vive agindo por influencia da grande mídia.

A FETAPE tem história e valores que lhe asseguram credibilidade para mobilizar sua base, na perspectiva de avançar nas conquistas e evitar retrocessos.

Assessoria da FETAPE

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