O valor da cesta básica passou de R$ 30 para R$ 35, o que representa um aumento de 16,67%, com ganho real de 6,16%. Já o piso salarial ficou em R$ 15, havendo acréscimo de R$ 1,00. É importante lembrar que, como a data base da categoria é em 1º de outubro, esses valores já estão em vigor.
Mesmo conquistando avanços importantes nesta campanha, a categoria não saiu satisfeita com a postura dos empresários durante as negociações. “Até então, nós vínhamos tendo uma relação sustentável, na medida do possível, pois sabemos que durante esse processo, a flexibilidade se faz necessária, em benefício de milhares de trabalhadores e trabalhadoras da Zona da Mata. Ao que parece, essa relação patrão x empregado ficou bastante enfraquecida durante o processo de negociação deste ano. Por isso, reafirmamos o nosso compromisso de continuarmos firmes na luta em defesa dos direitos dos assalariados, fortalecendo nossas bases para os próximos embates”, avisa Doriel Barros, presidente da Fetape.
A 36ª Campanha Salarial deste ano, que trouxe como tema: “Trabalho digno para quem produz riqueza”, contou com uma pauta de reivindicações com 95 cláusulas, entre sociais e econômicas. O presidente da Fetaepe (Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco) e diretor de Política Salarial da Fetape, Gilvan Antunis, explica que manter a tabela de tarefas em 3 toneladas de cana e garantir transporte para os trabalhadores foram alguns destaques na negociação.
“Diante de todo esse cenário, nós nos mantivemos unidos e firmes. E isso é um reflexo de um momento anterior, quando, durante o seminário de preparação da campanha, no congresso e, sobretudo, nas assembleias gerais para aprovação da nossa pauta de reivindicações, já aprofundávamos a discussão sobre o momento delicado que estamos vivendo, não só no setor. As conquistas que tivemos são frutos desse investimento”, analisa Gilvan.
Mesmo valorizando os avanços, ele também não aprova a postura dos patrões durante toda a campanha. “Diante do que vivemos nessas negociações, não concordamos com a postura do patronato. Vamos construir estratégias, durante os próximos meses, fiscalizando o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho lá no campo e, na próxima Campanha, vamos voltar com mais força e com mais peso”, planeja.
A 36ª Campanha Salarial dos Canavieiros e Canavieiras de Pernambuco foi uma realizada por representantes da classe trabalhadora - Fetape, Fetaepe (Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco) e Sindicatos da Região -, com o apoio de representantes da Contag, da CUT e do Dieese.
Ascom Fetape
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