Proposta do governo de suspender seleções em 2016 para reduzir rombo fiscal é irrelevante para certames já autorizados, mesmo à espera da publicação do edital. E ainda que a medida seja aprovada pelo Congresso, estatais não serão afetadas
Candidatos que almejam um posto no Judiciário têm motivo para comemorar. Na última quarta-feira, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) definiu a contratação do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), o antigo Cespe, para a realização do certame do órgão – um dos mais aguardados do DF.
Além dessas seleções, editais para empresas públicas deverão ser lançados em breve. Em comunicado, o Planejamento informou que o esforço fiscal previsto para redução de gastos não engloba as empresas estatais. “Os concursos para as estatais serão fundamentais para mantê-las competitivas”, destaca o coordenador pedagógico do Gran Cursos, André Lopes. A seleção para os Correios, que deve oferecer 2 mil vagas, aguarda apenas a definição da banca examinadora. O Banco do Brasil, instituição financeira de economia mista, deve abrir novo concurso, com oportunidades para escriturário. Em agosto, publicou um certame com oportunidades apenas para estados da região Nordeste. Deve abrir outro com postos para o DF e outros estados.
O risco de congelamento dos processos seletivos pouco abalou o estudante Tarcísio Catunda, 29 anos. Ele estava estudando para o concurso de auditor-fiscal do trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mas pretende aproveitar as oportunidades que virão. “O atual cenário fiscal não deixa de ser um pouco desanimador, mas estou encarando isso como uma oportunidade para me preparar melhor. Pretendo fazer as provas para o INSS e o TJDFT”, afirma ele, que começou a estudar em agosto, após sair de Fortaleza para Brasília. “Abandonei a família e amigos para me dedicar aos estudos e não vou voltar atrás da minha decisão. Trabalhava como consultor financeiro em um banco, e acredito que a carreira de auditor do trabalho seja uma ótima oportunidade para ter estabilidade, um bom salário e ser feliz”, enfatiza.
A crise econômica atingiu em cheio o empresário Cleomar Caixeta de Souza, 36. Sócio de uma empresa de construção civil, ele observou no serviço público a chance de ter renda mais estável. “Construo e vendo casas para o Programa Minha Casa Minha Vida. Com o anúncio de redução de subsídios do programa, imaginei que teria melhores oportunidades no serviço público, mas essa possibilidade de suspensão me pegou de surpresa”, admite. Embora esteja se preparando para o concurso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cleomar vai tentar primeiro a seleção do TJDFT.
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