A relação entre o Governo e o Congresso Nacional é o tema central do Ponto a Ponto deste final de semana, no qual a jornalista Mônica Bérgamo e o cientista político Antonio Lavareda entrevistam o jornalista e membro da direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Américo. O programa vai ar neste sábado (26), às 17h, e à meia-noite. No domingo (27), o programa será reexibido às 14h e 23h30.
Com uma longa carreira política nos âmbitos municipal e estadual nos quadros do PT, José Américo ainda responde como secretário Nacional de Comunicação do Partido e é o atual secretário de Relações Governamentais da Prefeitura de São Paulo. A fragmentação política, a independência de instituições como MPF e PF e até mesmo um eventual Impeachment da presidente Dilma são objetos de análise durante o programa.
Apesar de reconhecer as fragilidades que o PT enfrenta para gerir a nação, em meio a uma crise política e econômica, José Américo acredita na sobrevivência da gestão do Governo até 2018. A principal dificuldade enfrentada, segundo ele, seria a fragmentação do Congresso nacional, graças ao nosso sistema político, uma vez que o voto proporcional termina por eleger figuras que não possuem ligação com suas bases ou até mesmo com seus próprios partidos.
Os próprios partidos grandes, por sua vez, terminam por esbarrar em dificuldades internas devido a diferenças regionais. Seria este o caso, por exemplo, de grandes legendas tidas como programáticas como PMDB, DEM e o próprio PT. “Ao invés de tratar com 25 a 30 partidos, temos que tratar com 300 parlamentares”, exemplifica, para justificar a crise política que ameaça a governabilidade da gestão de Dilma Rousseff.
A mea culpa, entretanto, é colocada por Américo em relação a algumas questões como a comunicação do Governo, sobretudo no anúncio dos ajustes durante o primeiro semestre. Segundo ele, Dilma também teria perdido a mão ao tentar conduzir de formas inábil algumas articulações políticas como disputar a presidência da Câmara – e perder - para Eduardo Cunha (PMDB). “A disputa da presidência da Câmara foi uma decisão da bancada do PT e do Governo... Se ganhasse derrubaria um aliado e, se perdesse, aconteceria o que aconteceu e está todo mundo vendo”, arremata.
Questionado por que a gestão de Fernando Henrique Cardoso – que também passou por crises política e econômica em seu segundo mandato – não enfrentou tamanhos percalços, Américo credita as dificuldades a uma conjuntura de fatos que incluem não só a fragmentação política no Congresso Nacional, mas a independência e autonomia de organismos como os Ministério Público e Polícia Federal (MPF e PF), que teriam, segundo ele, direcionamento contra o PT. “FHC tinha ‘engavetador’ Geral da República’”, afirmou, referindo-se a Geraldo Brindeiro, procurador geral da República à época da gestão FHC.
Em contrapartida, o convidado é enfático, mais de uma vez, ao citar as delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, sobre Eduardo da Fonte (PP-PE) que teria sido o intermediário em uma negociata da ordem de R$ 10 Milhões para o então senador Sérgio Guerra (PSDB), falecido em 2014. “Ele não foi ouvido por ninguém até agora... Moro e Janot precisam explicar isso”, arremata. Ao ser lembrado pelos entrevistadores que o PP faz parte da base de governo, dispara: “Não importa”.
Para assistir ao programa na íntegra:
Ascom
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