sexta-feira, setembro 18, 2015
Petrolândia e suas lombadas invisíveis: artefatos de segurança ou armadilhas para condutores de veículos?
Por falta de sinalização e de fiscalização, lombadas não reduzem velocidade do trânsito em Petrolândia (Fotos: Lúcia Xavier)
Trechos de elevado risco continuam sem soluções adequadas de engenharia de trânsito
Lombadas invisíveis: só sabe a localização quem conhece o caminho por onde anda, e olhe lá!
Lombadas fantasmas: aparecem do nada, nas ruas escuras, para tropeço de veículos e de pedestres
Faltam menos de 10 dias para o início da festa do padroeiro de Petrolândia, São Francisco de Assis, período em que a cidade recebe muitos visitantes e até mesmo filhos da terra que hoje residem em outras localidades.
Como manda a tradição, o parquinho já chegou e este ano, em que Petrolândia está sem promotor de justiça, é atendida em sistema de rodízio por titulares de outras comarcas, certamente não se repetirá o problema do ano passado, em que o parque só foi instalado no centro da cidade após negociações com o MPPE.
O meio-fio das ruas e avenidas recebem pintura branca, assim como os troncos de árvores também estão sendo caiados, para embelezamento da cidade para as visitas. Mas, no quesito segurança no trânsito, a cidade deixa muito a desejar.
Várias ruas e avenidas estão sem pintura das faixas, inclusive faixas de pedestres. Onde ainda se vê a pintura das faixas de rolamento e lombadas é na avenida da orla e no centro da cidade, recapeadas há alguns meses. Nos demais locais a tinta está quase imperceptível ou já se apagou, mesmo em vias asfaltadas na mesma época em que a orla e centro.
Não se sabe como o trânsito de uma cidade tão pequena chegou à situação caótica em que se encontra, com as principais avenidas usadas pistas de corrida e estacionamento. O fato, no entanto, é que a profusão de lombadas, das quais 99% deveriam ser retiradas e refeitas no padrão Denatran, não contribuiu para reduzir o excesso de velocidade, a travessia segura de pedestres e é altamente questionável se houve queda no número de acidentes. Pelo contrário, vê-se que em quase todos os locais as lombadas nunca atenderam à finalidade a que se destinam. No entanto, se não fazem cumprem sua função, estão muito longe de serem inócuas, pois se transformaram em armadilhas para os condutores.
Há poucos dias, aconteceu um grave acidente no cruzamento da Av. Sabino Batista com a Av. Barreiras, um dos mais perigosos da cidade. Antes do cruzamento existe uma coleção de lombadas, em todas as direções. Nenhuma delas evitou o acidente.
Lombadas: instrumentos de segurança ou armadilhas?
Vamos tomar como exemplo a Av. Auspício Valgueiro Barros, em que a última lombada com a pintura em bom estado (é nova) está localizada na esquina com a Rua Dom Pedro II, em frente ao Cartório. Uma outra, em estado razoável, é situada em frente ao SuperMais Conveniência. Todas as outras estão em péssimo estado de manutenção, sem pintura preta/amarela e sem a sinalização obrigatória de advertência. São lombadas invisíveis, às vezes em pontos sem iluminação, traiçoeiras até quem está acostumado a trafegar na cidade.
Se nas avenidas com grande circulação de veículos com faróis é difícil percebê-las a distância segura, imagine-se nas mal iluminadas ruas de menor tráfego, em que a maioria das lombadas nunca recebeu a pintura obrigatória e nenhuma tem a placa de advertência. Nesses locais, até os pedestres tropeçam nos monstruosos calombos construídos no meio da rua, como caem nos buracos e tropeçam nos obstáculos colocados nas calçadas. Em muitas ruas da cidade já se faz necessário o uso da antiga lanterna de mão para saber onde se colocam os pés.
Diante disto, é necessário rever urgentemente o modelo põe-uma-lombada-que-resolve-o-problema. Um problema não resolve outro. Lombada não resolve imprudência, falta de sinalização, falta de fiscalização nem falta de educação para o trânsito.
Ver mais fotos>Petrolândia se prepara para festas
Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Lúcia Xavier
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