Dr. Cleobenysson Cruz, da Endocardio, divulga alerta da SBH sobre a preocupante elevação de mortes por complicações da hipertensão arterial.
Durante XXIII Congresso Brasileiro de Hipertensão, organizado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão – SBH, a preocupação com o crescimento da hipertensão arterial é uma realidade no mundo. Segundo o estudo de 2015 Heart Disease and Stroke Statistics (Estatísticas sobre doenças cardíacas e infartos), da American Heart Association, durante a última década pesquisada, de 2001 a 2011, a taxa de morte por hipertensão, em mais de 190 países pesquisados, aumentou 13,2%.
O Brasil figura no sexto lugar entre os países com a mais alta taxa de morte por doenças cardíacas, infartos e hipertensão arterial, entre homens e mulheres de 35 a 74 anos. Rússia está em primeiro lugar com 1.639 (entre 100 mil pesquisados); Ucrânia em segundo, com 1.521; Romênia em terceiro, com 969; Brasil em sexto, com 552; e Estados Unidos em décimo, com 352.
“A preocupação é grande, pois apesar da redução de 30,8% nas taxas de morte por doença cardiovascular de 2001 a 2011, vemos a hipertensão arterial em uma tendência crescente”, comenta a Dra. Frida Plavnik, diretora da SBH.
O mesmo estudo mostrou ainda que a doença arterial coronariana é a principal causa de morte em todo o mundo, com 17,3 milhões por ano, e que se espera para 2030 mais de 23,6 milhões. A segunda maior causa de morte no mundo AVC – acidente vascular cerebral, teve redução entre 1990 e 2010. Mesmo com a redução, o número esperado de pessoas com o primeiro episódio de AVC ou recorrente em 2030 será de 33 milhões.
Segundo a pesquisa de risco global da hipertensão, em 2025 haverá 1,6 bilhão de pacientes no mundo. A hipertensão arterial é responsável por 10% de todo o custo global de saúde, com o gasto estimado em US$ 370 bilhões de dólares por ano.
“A hipertensão arterial é uma condição que pode provocar danos e até mesmo a morte quando não diagnosticada e controlada”, comenta o presidente da SBH e do XXIII Congresso, Dr. Mario Fritsch Neves. 77% das pessoas com o primeiro episódio de AVC são hipertensas e ter a pressão alta aumenta de 4 a 6 vezes o risco de AVC. 75% das pessoas com ICC – insuficiência cardíaca congestiva tem hipertensão arterial, 69% das pessoas com primeiro IAM – infarto agudo do miocárdio tem pressão alta e a segunda principal causa de doença renal crônica é a hipertensão. Além de problemas como a disfunção erétil, demência e perda da visão.
Responsável por 9,4 milhões de milhões de mortes no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, a hipertensão arterial atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil, de acordo com estimativas da SBH.
A pressão alta é de fácil diagnostico e pode ser tratada e o paciente tem a chance de seguir com a vida tranquilamente incluindo novos hábitos em seu cotidiano. No entanto, a SBH estima que apenas 23% dos hipertensos controlam corretamente a doença. 36% não fazem controle algum e 41% abandonam o tratamento, após melhora inicial da pressão arterial.
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
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