Agronegócio: Fertilização In Vitro de gado pode mudar a cara do Agreste pernambucano

Fertilização in Vitro pode recuperar genética do rebanho em apenas três anos

Após um severo período de estiagem, o Agreste pernambucano testemunha um novo modelo de negócios que promete alavancar a indústria de gado leiteiro e de corte no estado. O modelo, implementado pela Poligen Embriões In Vitro, aposta na melhoria genética do gado através de Fertilização In Vitro (FIV). Trata-se do primeiro laboratório privado de (FIV) para gado em terras pernambucanas.

Sediada em Canhotinho, bacia leiteira pernambucana, a Poligen teve um aporte de investimento de R$ 300 mil. Situado dentro das terras da Fazenda Murici, o laboratório foi inaugurado em julho de 2014 e os primeiros 12 animais nasceram em maio enquanto outros 150 estão sendo gestado em vacas receptoras. “Como principal vantagem, podemos promover uma melhoria genética do gado em apenas três anos”, revela Camila Ramalho, médica veterinária à frente do trabalho do laboratório ao lado do marido, o também veterinário Thiago Ramalho.

Ramalho também frisa a necessidade e importância de um laboratório desse porte para Pernambuco. Seja no Agreste - que é extremamente dependente da bacia leiteira e precisa de rebanhos de alta produção e rusticidade - como na Zona da Mata, onde está havendo uma mudança no cenário da agricultura da cana-de-açúcar para a pecuária de corte. “Isso gera uma necessidade de reposição rápida de reprodutores (tourinhos), bem como boas matrizes para esse novo mercado que está surgindo”, conclui.

Para se ter uma ideia do ganho de tempo, estudos apontam que bons reprodutores levam até 10 gerações (30 anos) para chegar a um rebanho de alta produção enquanto a técnica da FIV otimiza genética e produção em apenas uma geração (3 anos). Para tanto, há diversos modelos de negócio, que variam desde 1) o alojamento das doadoras dos clientes nas dependências da Fazenda Murici (Poligen), 2) central de receptoras entregue ao cliente já prenhas ou 3) venda de genética superior das doadoras das raças de corte e leiteira como Nelore, Guzerá, Gir e Girolando adquiridas pelo laboratório, que mantém parcerias com laboratórios nacionais e grandes criadores locais dispostos a vender essa sua genética para o público em geral e, com isso. melhorar o cenário pernambucano.

O investimento por prenhes é a partir de R$ 500,00, mas não há custos caso a receptora não fique prenha. Anteriormente, os procedimentos eram feitos apenas no Sudeste do país chegando aqui ao custo aproximado de R$ 3 mil. “Hoje, graças à força da pecuária pernambucana, que já tem grandes criadores, não precisamos mais sair do estado pra adquirir essa tecnologia ou genética”, pontua Camila. Atualmente o laboratório está apto a atender clientes não só de Pernambuco, mas de estados vizinhos.

TÉCNICAS E HISTÓRICO

A montagem do laboratório, que funciona na fazenda Murici, começou em 2013, no auge da seca. No total, foram investidos R$ 300 mil com a estrutura. A capacitação aconteceu em 2014 e o laboratório foi inaugurado em 30/07/2014. Já há 30 bezerras e um bezerro nascidos através do procedimento. O primeiro nasceu dia 4 de maio.

Poligen Embriões In Vitro
PE 177, km 17 – Fazenda Murici
Informações – (87) 99916.1451

Ascom Poligen/SL. Comunicação