Na tarde de ontem (9), trabalhadoras e trabalhadores rurais de Pernambuco saíram de todas as regiões do estado para participar da 5ª Marcha das Margaridas, que acontecerá nesta quarta-feira, em Brasília, no Distrito Federal. São cerca de 1500 participantes do estado, que seguiram numa longa viagem, por acreditar que é possível construir um país soberano, sustentável, mais democrático, justo e igualitário, no campo e na cidade. A Fetape, seus Sindicatos filiados e diferentes movimentos e organizações de mulheres estão na coordenação da delegação.
Na bagagem, as Margaridas de Pernambuco estarão levando faixas e cartazes com denúncias e sonhos, além de chapéus decorados e camisas personalizadas. Os dez polos sindicais da Fetape estão envolvidos com a mobilização, cujos preparativos ocorrem desde o começo do ano. Seminários e oficinas contribuíram para o processo formativo das mulheres em suas bases. O mais interessante de tudo isso é que os debates contaram também com o envolvimento de trabalhadoras que não poderão estar em Brasília, mas que entenderem que a Marcha acontece todos os dias e em cada localidade.
Para a diretora de Política para as Mulheres da Fetape, Maria Jenusi Marques, essa construção coletiva é o que faz com que a Marcha das Margaridas simbolize a força da organização das trabalhadoras rurais e urbanas. “Valorizamos, no processo de preparação, o fortalecimento da base. Para nós, mais do que números, queremos assegurar que as mulheres que seguem em Marcha tenham consciência da importância dessa mobilização para a conquista de políticas públicas que assegurem sua qualidade de vida e o respeito aos seus direitos. Acreditamos que podemos contribuir para que este país seja um lugar cada vez mais digno para se viver e trabalhar, mas respeitando a democracia e, principalmente, respeitando a escolha que fizemos na eleição passada, quando reconduzimos uma mulher à Presidência da República”, analisa.
Os ônibus que levam a delegação do estado à Marcha devem chegar à capital federal na manhã da terça-feira (11), para que as trabalhadoras já possam participar dos painéis temáticos que acontecerão durante a tarde. A abertura oficial está prevista para as 19 horas desse dia, com a participação de vários movimentos e organizações de mulheres do Brasil e de diferentes países, e também de representantes do Governo Federal.
A ideia é que, ao final da Marcha, a presidenta Dilma vá ao Estádio Nacional Mané Garrincha dialogar com as 70 mil mulheres de todo o Brasil para apresentar os compromissos do Governo com a pauta das Margaridas.
O que é a Marcha das Margaridas
É uma ampla ação estratégica das mulheres do campo, da floresta e das águas, promovida pela Contag, Federações e Sindicatos, que se consolidou na agenda do Movimento Sindical de Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais – MSTTR - e das organizações parceiras – movimentos feministas, de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
Com sua primeira edição no ano 2000, em agosto, para lembrar o mês em que a agricultora paraibana de Alagoa Grande, Margarida Alves, foi assassinada, a Marcha aconteceu também em 2003, 2007 e 2011. Essa mobilização tem revelado a grande capacidade de organização das mulheres, que se organizam em todos os estados para marchar nas avenidas de Brasília. Por seu caráter formativo, de denúncia e pressão, e também de proposição, diálogo e negociação política com o Estado, tornou-se amplamente reconhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres no Brasil.
A cada edição, a Marcha das Margaridas entrega um documento para o Governo Federal, contendo sua plataforma política e pauta de reivindicações, que são objetos de apreciação, negociação e resposta, por parte do governo.
Assessoria de Comunicação Fetape
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