sexta-feira, agosto 21, 2015

Petrolândia: Folclore é tema de projeto apresentado à comunidade pela Escola Municipal Santa Filomena nesta sexta (21)




A Escola Municipal Santa Filomena, situada na Quadra 12 de Petrolândia, vivenciou nesta sexta-feira (21), véspera do Dia do Folclore, a culminância do Projeto Resgatando Cultura com o Folclore Brasileiro. Com apresentações culturais e exposições, a escola resgatou a cultura do folclore brasileiro e tradições regionais. A realização do do projeto envolveu a comunidade escolar e local, que recebem os agradecimentos da gestão da unidade de ensino.

Compõem a equipe gestora da Escola Santa Filomena: Maria Aparecida da Silva Araújo, Maria Estela Souza Ferraz, Maria do Socorro Leal Candeia, Rosineide Souza Silva Ferreira e Maria Lidiana de Barros Viana.

Ver mais fotos>Escola Santa Filomena resgatando cultura com o folclore brasileiro

Redação do Blog de Assis Ramalho
Fotos: Assis Ramalho

Panaceia (Jangada Brasil)
A linguagem popular oral é uma fonte opulenta de material filológico e folclórico, quer pelo vocabulário pleno de curiosidades, quer pelo rol de frases feitas de cunho nitidamente tradicional.

Estudando, particularmente, as frases feitas, vamos dar com uma série de advertências que são apresentadas em determinadas circunstâncias no correr de uma conversação, por ocasião de encontros pessoais e por motivos vários, segundo a oportunidade.

Essas advertências populares, muitas vezes, procedem de fonte erudita; como natural compensação, outras vezes são aceitas por escritores de nome, tomando foros de dizeres civilizados.

Um dos mestres do folclore mineiro, Lindolfo Gomes, já teve a oportunidade de registrar uma coletânea de advertências populares em seu valioso Nihil novi (Tip. Brasil, Juiz de Fora, 1927). Juntamos à sua contribuição uma série recolhida em Minas Gerais.

1. Fala-se sobre uma certa pessoa e esta aparece: Falar no mau, aparelhar o pau. Também se diz: Tem vida para cem anos ou Tem vida longa. Este dizer popular deve-se prender a alguma velha crendice.

2. Insultando alguém de físico avantajado: Tamanho não é documento.

3. Referindo-se a alguém que se mostra mal-humorado: Levantou-se com o pé esquerdo. Este dizer procede de uma universal crendice. Também se diz: Está com a avó atrás do toco.

4. A alguém que foi a alguma parte para voltar logo e demorou-se: Foi buscar a morte?

5. A uma visita que se demora pouco: Veio buscar fogo? Ou então: Parece visita de médico.

6. A alguém que nos aparece em casa após longa ausência: Ora viva! Fulano ressuscitou! Também se diz: Sua casa tem goteira? Ou ainda: Deu correição em sua casa, hoje?

7. Ao intrometido, que dá palpites numa roda de jogadores, sugerindo lances: Sapo de fora não chia.

8. Mareando-se um dia para pagamento de uma dívida que não se pretende saldar: Pagarei no dia São Nunca. O interlocutor sabido retruca logo: Cobrarei no dia de Todos os Santos!

9. A quem se lamenta de um acontecido, sem razão: Está chorando com a barriga cheia.

10. Ameaçando a alguém de um próximo ajuste de contas: Vou mostrar com quantos paus se faz uma canoa.

11. A quem nos relata um fato inacreditável: É muita banana por tostão. Também se diz: Essa (mentira) nem com farinha (eu engulo).

12. Aos que sempre concordam com o que outros dizem: Você é Maria vai com as outras.

13. A quem foi ludibriado em algum negócio: Comeu gato por lebre. Em francês é comum a expressão "prende desvessies pour des lanternes" com aplicação em condições semelhantes, segundo J. Keating (Fraseologia popular franco-portuguesa e vice-versa. Tip. Aillaud, Alves & Cia, Paris, 1911).

14. A quem está usando roupa muito ajustada no corpo: Quer vender essa capa de espingarda? Também se diz: O defunto era bem menor.

15. A quem se vestiu com um paletó muito curto: Está bom para passar enchente.

16. Ao que veste calças muito curtas: Compre calças ou venda as pernas. Também se diz que está usando Calças pega-frango.

(Teixeira, Fausto. "Fraseologia popular: Advertências populares". Diário de Minas. Belo Horizonte, 21 de janeiro de 1951)

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