A audiência pública contou com a participação de segmentos contrários à utilização de substâncias químicas para produção de alimentos (Foto: Rinaldo Marques)
Representantes da Monsanto defenderam os benefícios dos defensivos agrícolas. “Dependendo da quantidade, o sal de cozinha pode matar mais rápido do que o glifosato.” (Foto: Rinaldo Marques)
Rodrigo Novaes (PSD) questionou o uso do glifosato como defensor agrícola. “A prioridade não deve ser o desenvolvimento, mas a saúde das pessoas. Gostaria que a Monsanto utilizasse sua competência técnica para que essa substância fosse substituída.” (Foto: Ascom Rodrigo Novaes/divulgação)
Com o objetivo de debater o trabalho desenvolvido pela empresa Monsanto em Pernambuco, a Comissão de Agricultura realizou, nesta terça (18), uma Audiência Pública, que também serviu de mote para discussão sobre o uso de agrotóxicos e a produção de alimentos transgênicos.Com atuação em biotecnologia e produção de defensivos agrícolas, a multinacional está presente no Brasil há 52 anos, com 38 unidades em 12 Estados.
Presidente do colegiado, o deputado Miguel Coelho (PSB) ressaltou os investimentos da Monsanto em Pernambuco. “Em Petrolina, a empresa tem um centro tecnológico, que funciona há três anos, que teve um custo de R$ 50 milhões. E, somente este ano, a Monsanto investirá no Brasil aproximadamente US$ 150 milhões.”Engenheira agrônoma da Monsanto, Andrea Aragón destacou os benefícios da biotecnologia para a agricultura, como, por exemplo, a produção de milhos mais resistentes à seca e tolerantes aos insetos: “Com as pesquisas biotecnológicas, conseguimos aumentar em 22% a produção e em 68% a rentabilidade, reduzindo em 37% o uso de defensivos agrícolas”. Acerca do uso de agrotóxicos, ela ressaltou a importância dessas substâncias para a garantia das safras.
Autor do Projeto de Lei nº 261/2015, que torna mais rigorosa a legislação que regulamenta a utilização desses produtos químicos no Estado, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) questionou o uso do glifosato como defensor agrícola. “A prioridade não deve ser o desenvolvimento, mas a saúde das pessoas. Gostaria que a Monsanto utilizasse sua competência técnica para que essa substância fosse substituída.” Apesar de ser um dos herbicidas mais utilizados no mundo, o glifosato foi classificado como cancerígeno por estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março deste ano.
Em defesa do uso do glifosato, Andrea Aragón destacou a importância do respeito ao receituário agronômico e minimizou a informação da OMS. “Esse dado é baseado em apenas quatro pesquisas. O Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha já fez mais de 800 estudos que atestam a segurança da substância. Ela destacou ainda que o produto químico é usado em mais de 130 países e que, “dependendo da quantidade, o sal de cozinha pode matar mais rápido do que o glifosato”.
Também presente ao encontro, o secretário-geral do Fórum Estadual de Combate ao Uso de Agrotóxicos, Pedro Albuquerque, listou diversas doenças que podem ser provocadas pelo uso dessas substâncias. Entre elas, o mal de Alzheimer, o câncer, distúrbios na tireoide e a depressão.
O deputado Henrique Queiroz (PR) se posicionou favorável ao uso de agrotóxicos. “Temos de pensar que o mais importante é defendermos as pessoas da fome, refletindo sobre o que faz mais mal à saúde”, ponderou.
Técnico do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Tales Adriano rebateu o argumento, ressaltando trecho do livro Geografia da Fome, do pernambucano Josué de Castro: “Lá está bem explicado. O problema da fome no mundo não é a produção de alimentos, mas a distribuição dos recursos”. “Se estamos preocupados com a fome, deveríamos investir em reforma agrária e na agricultura familiar”, completou.
Durante o encontro, o secretário estadual de Agricultura, Nilton Mota, sugeriu a realização de outro debate, com o objetivo de discutir a agroecologia. “Para que a gente possa construir políticas públicas nessa área”, justificou.
Como balanço da reunião, Miguel Coelho avaliou que a participação da Monsanto visou ampliar a discussão sobre os agrotóxicos. Semana passada, o tema já havia sido abordado em Audiência Pública da Comissão de Saúde. “Precisamos ouvir todos os lados”, declarou. O parlamentar também salientou que “essa foi a primeira vez que a empresa compareceu a uma assembleia legislativa”.
Presidente do colegiado, o deputado Miguel Coelho (PSB) ressaltou os investimentos da Monsanto em Pernambuco. “Em Petrolina, a empresa tem um centro tecnológico, que funciona há três anos, que teve um custo de R$ 50 milhões. E, somente este ano, a Monsanto investirá no Brasil aproximadamente US$ 150 milhões.”Engenheira agrônoma da Monsanto, Andrea Aragón destacou os benefícios da biotecnologia para a agricultura, como, por exemplo, a produção de milhos mais resistentes à seca e tolerantes aos insetos: “Com as pesquisas biotecnológicas, conseguimos aumentar em 22% a produção e em 68% a rentabilidade, reduzindo em 37% o uso de defensivos agrícolas”. Acerca do uso de agrotóxicos, ela ressaltou a importância dessas substâncias para a garantia das safras.
Autor do Projeto de Lei nº 261/2015, que torna mais rigorosa a legislação que regulamenta a utilização desses produtos químicos no Estado, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) questionou o uso do glifosato como defensor agrícola. “A prioridade não deve ser o desenvolvimento, mas a saúde das pessoas. Gostaria que a Monsanto utilizasse sua competência técnica para que essa substância fosse substituída.” Apesar de ser um dos herbicidas mais utilizados no mundo, o glifosato foi classificado como cancerígeno por estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março deste ano.
Em defesa do uso do glifosato, Andrea Aragón destacou a importância do respeito ao receituário agronômico e minimizou a informação da OMS. “Esse dado é baseado em apenas quatro pesquisas. O Instituto Federal de Avaliação de Risco da Alemanha já fez mais de 800 estudos que atestam a segurança da substância. Ela destacou ainda que o produto químico é usado em mais de 130 países e que, “dependendo da quantidade, o sal de cozinha pode matar mais rápido do que o glifosato”.
Também presente ao encontro, o secretário-geral do Fórum Estadual de Combate ao Uso de Agrotóxicos, Pedro Albuquerque, listou diversas doenças que podem ser provocadas pelo uso dessas substâncias. Entre elas, o mal de Alzheimer, o câncer, distúrbios na tireoide e a depressão.
O deputado Henrique Queiroz (PR) se posicionou favorável ao uso de agrotóxicos. “Temos de pensar que o mais importante é defendermos as pessoas da fome, refletindo sobre o que faz mais mal à saúde”, ponderou.
Técnico do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, Tales Adriano rebateu o argumento, ressaltando trecho do livro Geografia da Fome, do pernambucano Josué de Castro: “Lá está bem explicado. O problema da fome no mundo não é a produção de alimentos, mas a distribuição dos recursos”. “Se estamos preocupados com a fome, deveríamos investir em reforma agrária e na agricultura familiar”, completou.
Durante o encontro, o secretário estadual de Agricultura, Nilton Mota, sugeriu a realização de outro debate, com o objetivo de discutir a agroecologia. “Para que a gente possa construir políticas públicas nessa área”, justificou.
Como balanço da reunião, Miguel Coelho avaliou que a participação da Monsanto visou ampliar a discussão sobre os agrotóxicos. Semana passada, o tema já havia sido abordado em Audiência Pública da Comissão de Saúde. “Precisamos ouvir todos os lados”, declarou. O parlamentar também salientou que “essa foi a primeira vez que a empresa compareceu a uma assembleia legislativa”.
Alepe
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