Por Doriel Barros, presidente da Fetape
O momento atual exige reflexões e maturidade, pois o conceito de “politica” está sendo distorcido por políticos que não fazem jus a ocupação desses espaços de poder, que são fundamentais para a consolidação da democracia e para que se assegurem políticas públicas promotoras de bem-estar social.
Vivemos em um sistema presidencialista que parece não ser reconhecido e respeitado pelos dois presidentes do parlamento brasileiro, principalmente pelo Sr. Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Ele, ao contrário do que se espera da terceira pessoa na linha de sucessão presidencial do País, desqualifica o poder do Ministério Público, instância fundamental para o processo de investigação de crimes de corrupção, e que vem tentando punir empresas, empresários e políticos envolvidos em desvios de dinheiro e outras irregularidades.
O mais grave é que o presidente da Câmara diz que o Ministério Público está submetido ao mando do Executivo, tentado torná-lo frágil perante a sociedade, prestando um desserviço e mostrando uma completa irresponsabilidade.
Essa realidade nos remete mais uma vez à reflexão sobre a importância de nossas escolhas. Muitos dos deputados eleitos em Pernambuco votaram nesse cidadão para presidir a Câmara, mesmo sabendo que, antes de ser eleito, ele já demonstrava não carregar as credenciais necessárias para ocupar esse cargo.
A sociedade civil organizada não pode deixar que esses fatos deteriorem o valor nobre da politica, que precisa ser exaltada e legitimada como o melhor instrumento para a construção de uma sociedade justa e solidária. Essas experiências precisam ser utilizadas como lição, especialmente para nós, que temos um grande papel na formação de lideranças com outros referencias políticos e ideológicos. A população precisa saber que o problema não está na politica, mas nas pessoas erradas que ocupam esses lugares e que os utilizam em defesa e beneficio próprios e não do povo.
O rompimento do presidente da Câmara com o Governo, depois que investigações apontaram que ele teria recebido dinheiro de empreiteiras, só revela o seu total descontrole. A criação de CPIs é um instrumento legítimo e necessário, e está dentro das atribuições do parlamento. Por isso, não deve ser utilizada como ameaça ou vingança do Sr. Eduardo Cunha em relação ao Governo.
O País não pode assistir isso de braços cruzados. Espero que as mobilizações que estão sendo chamadas para setembro tenham como fim a luta contra a corrupção e pelo fortalecimento da politica, e que não sejam utilizadas para fortalecer esse tipo de posição raivosa, que vem sendo praticada pelo presidente da Câmara e por muitos políticos da oposição.
A aposta de "o quanto pior melhor" faz parte do posicionamento daqueles que de Republicanos nada têm. Eles são, sim, usurpadores do povo, que em busca dos seus interesses preferem ver o País de joelhos diante do FMI (como infelizmente ocorreu com a Grécia), não respeitando as instituições e, principalmente, o sentimento e a escolha do povo.
Ascom Fetape
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