O modelo tecnológico que permitiu a criação do comprimido foi desenvolvido pela pesquisadora Elisabeth Sanchez, da Fiocruz. A drágea contém um microorganismo chamado Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) que, quando ingerido pelas larvas do mosquito transmissor da doença, impede sua proliferação. O composto, colocado em um recipiente com água, inviabiliza o criadouro do mosquito por um período de 60 dias.
“O comprimido se dissolve e libera microorganismos que intoxicam a larva do mosquito da dengue”, explicou Rodrigo Perez, diretor da BR3, em entrevista à Agência Brasil. A substância, segundo ele, poderia até ser usada em água potável, mas isso ainda depende de aprovação da Anvisa. “Esse bacilo, segundo a OMS [Organização Mundial da Saúde], não é perigoso a humanos”, disse o diretor da empresa.
“O microorganismo é inofensivo ao homem e não deixa o mosquito mais resistente. Com inseticidas, os [mosquitos] ficam mais resistentes. Por conta disso e pela segurança que esse produto oferece, o [comprimido] poderá ser vendido em supermercados”, disse Perez.
O preço estimado do produto, na fase inicial, é R$ 30 por dez doses. “Cada dose pode ser usadas para tratar 50 litros de água que já tenha a larva. Um comprimido em 50 litros de água provoca a morte da larva em até 24 horas. E isso dura pelo menos 60 dias.”
A expectativa é que, em até um ano, o produto esteja disponível no mercado. Mas, antes disso, o produto já estará disponível para prefeituras ou governos.
Como ainda não existe vacina para evitar a doença, a saída encontrada pelos governos é combater os focos de proliferação do mosquito, principalmente em águas paradas. “Hoje fazemos o controle físico, que é cobrir ou tampar as caixas de água. E isso não é fácil. O vaso sanitário, o ralo do banheiro, o vasinho de flor, você não vai eliminar”, afirmou Perez.
Agência Brasil
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