quinta-feira, julho 09, 2015

Carlenildo Gabriel, acusado de aliciamento de trabalhadores em Petrolândia, em entrevista ao Blog e Web Rádio Petrolândia, desmente boatos e coloca versões dos fatos

Carlenildo Gabriel: "Eu não quero mais agenciar trabalhador, porque é muito desgastante e tem atingido até mesmo a minha família".

O empresário Carlenildo Gabriel, da Agência de Empregos CLD, em entrevista ao Blog de Assis Ramalho e à Web Rádio Petrolândia, concedida nesta quinta-feira (09), após reunião com procuradores do Ministério Público do Trabalho na sede de sua empresa, no Bairro Nova Esperança, em Petrolândia, esclarece a série de boatos que envolveram seu nome desde ontem no município, além de colocar sua versão dos fatos.

Confira abaixo a entrevista que será reproduzida, na íntegra, na Web Rádio Petrolândia nesta sexta-feira.

Assis Ramalho: Gostaria de abrir espaço no Blog de Assis Ramalho e na Web Rádio Petrolândia, para que você, que é uma pessoa ligada à sociedade de Petrolândia, se explicasse sobre essa situação.

Carlenildo: Primeiramente, quero lhe agradecer por ter vindo aqui para presenciar todos esses acontecimentos, para que possa passar toda as verdades para os seus leitores e para os seus ouvintes. Eu quero dizer que foram momentos difíceis, porque houve boatos de que eu teria sido preso, que eu estaria foragido, enfim, houve uma série de boatos. Mas eu posso dizer que eu estou tranquilo. A Polícia (Federal e Rodoviária Federal), junto com o Ministério Público, estiveram aqui, porque tivemos problemas com algumas documentações de trabalhadores. Mas o que acontece é que, por minha empresa ter documentação, muitas pessoas levam trabalhadores pra fora, e depois eles dizem que foram nós que mandamos, mas tudo isso foi provado. Na verdade, cometemos alguns erros em algumas documentações, mas foi por eu não saber, inclusive a promotora reconheceu de que eu não era ciente destes erros de documentações. Então, o que é que aconteceu? A gente assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), onde eu vou pagar uma determinada multa, que vai ser revertida para algumas instituições do município, e vida que segue.

Assis Ramalho: Poderia revelar o valor da multa?

Carlenildo: Não, isso é uma coisa particular e eu prefiro não divulgar. Foi um acordo que fizemos. Ouvir dizer que ontem (08) foi divulgado na imprensa de que seria de R$ 100 mil, mas nós negociamos um valor bem abaixo do estipulado. Dá para eu pagar, porque eu sou uma pessoa batalhadora. Foi uma topada que eu levei, mas eu vou me levantar.

Assis Ramalho: As denúncias chegadas ao Ministério do Trabalho são de que a sua empresa cobrava de cada trabalhador R$ 600 por cada suposta vaga de trabalho. Isso é verdade?


Carlenildo: Assis, eu digo que isso não procede. O que acontece é que, como está em meu depoimento, que depois eu posso lhe dar uma cópia, 99% das empresas pagavam para levar os trabalhadores. Mas, às vezes, saia daqui dois ônibus lotados de trabalhadores, só que quando eles chegavam lá, muitos não queriam ficar e voltavam. Então, as empresas começaram a ter prejuízos e me disseram o seguinte: ''Carlenildo, a partir de agora as pessoas que quiseram vir trabalhar, vai ter que pagar a passagem. Quando ele chegar aqui, a gente ficha ele e no primeiro pagamento a empresa reembolsa a passagem dele''. Então, na verdade, era cobrado passagem de R$ 200, 300, 500 e até mesmo de 600, dependendo da distância. A partir do momento em que o trabalhador pagava a sua passagem aqui, quando ele chegava lá não ia dá nó cego para voltar. Às vezes, pelo simples motivo de uma cidade ser fria, como era o caso de Ouro Branco (MG), ele dizia que não ia ficar, e voltava. Então, tudo isso foi gerando prejuízo às empresas, e foi quando elas tomaram essa posição. 

Assis Ramalho; E sobre as denúncias de que trabalhadores estavam vivendo em situações desumanas, em alojamentos precários, má alimentação, entre outras denúncias?

Carlenildo: O que eu posso dizer é que eu tenho uma Agência, mas não era só eu que mandava as pessoas pra lá. Aqui, existem pessoas que, por trás das cortinas, também mandam, mas só quem tem a firma registrada sou eu. Então é bem mais fácil alguém ir lá no Ministério e dizer que foi a minha Agência, do que dizer que ele foi através de um terceirizado. Inclusive, já teve gente daqui, que foi através de terceiros, e que ficaram lá abandonados e que eu ajudei do meu próprio bolso.

Assis Ramalho; No ano passado, Roberto Cabrini, que na minha opinião é o maior repórter investigativo do Brasil, fez uma matéria para o seu programa na TV Record (Conexão Repórter) onde denunciou que trabalhadores aqui da nossa região estavam em São Paulo, em situação desumana, sem trabalhar, e foram abandonados por aliciadores. Entre eles, tinha algum trabalhador que foi enviado por sua empresa?

Carlenildo: Não tinha, tanto é que hoje o Ministério Público já tem conhecimento de quem mandou. O que me deixa muito tranquilo é que a verdade aparece. Esse pessoal que estava em Guarulhos, não foi eu quem mandou.

Assis Ramalho: Carlenildo, mas você, em seu depoimento, reconheceu que cometeu alguns erros. Se você fosse iniciar os seus trabalhos de agenciador, hoje, quais os erros que você cometeu que não cometeria mais?

Carlenildo: Os meus erros foram burocráticos. Essa multa que eu vou pagar, foi simplesmente por erros burocráticos. Então, hoje eu não cometeria os erros burocráticos que eu cometi antes. Eu não cometi nemhum erro de (más) ações.

Assis Ramalho: Agora, ao que parece, a empresa, por decisão da justiça, vai fechar suas portas.

Carlenildo: No momento, eu não vou mais agenciar trabalhadores. Eu já vinha falando há alguns meses atrás que o emprego diminuiu muito e que estavam surgindo muitos problemas iguais a esse. Tudo que aconteceu lá fora diziam que a culpa era da CLD. Inclusive eu já tinha conversado com a minha família, já tinha dito que estava mudando de ramo, Então, a marca CLD vai continuar, mas só que com outro ramo, outra atividade. Na verdade, o TAC que eu assinei não diz que eu não posso agenciar, e sim que eu não posso mais cometer as irregularidades que eu cometi. Mas eu não quero mais agenciar trabalhador, porque é muito desgastante e tem atingido até mesmo a minha família.

Assis Ramalho: Depois de toda essa repercussão negativa muito grande de que você teria sido preso (que não foi) que estava escondido (que não estava), você, que é uma pessoa pública, um cidadão do bem, de família, enfim; qual a mensagem, qual o recado que você, neste exato momento, queria deixar para a sociedade de Petrolândia que lhe conhece e aos que  que não lhe conhece? 

Carlenildo: A mensagem que eu deixo para o meu povo querido de Petrolândia é de que eu estou com a Polícia Federal desde terça-feira (07) desta semana. A Polícia Federal me procurou na terça-feira, eu marquei com ele para vir (à empresa) na quarta, onde finalizamos na quinta e o acerto aconteceu hoje. E em nenhum momento eu fui preso. Eles queriam apenas que eu colaborasse com investigações deles. A mensagem que eu deixo para o povo de Petrolândia é de que eu sou uma pessoa íntegra, coisa que eu não precisava provar pra ninguém, mas que quando ouvirem alguma especulação sobre a minha pessoa, podem vir diretamente a mim, à minha família, para que não saiam por aí com comentários maldosos. Erros qualquer pessoa comete, mas eu só cometo um erro só a partir do momento em que eu não saiba que eu estou cometendo aquele erro. Mas, o mais importante é que eu tenho o apoio de todas as pessoas que me conhecem.

Assis Ramalho: E para aquelas famílias que, por acaso, estejam chateados com você, por - de repente - ter algum filho ou parente, que passou por algum transtorno lá fora, e acham, ou acharam, que a culpa foi sua?

Carlenildo: A mensagem que eu deixo para parentes que não conseguiram êxito, é que primeiro investigue e procure saber o que realmente aconteceu, que nem sempre eles estão falando a verdade. Há muitas mentiras, principalmente quando se trata de trabalhadores petrolandenses. É tanto que, hoje, muitas empresas não querem trabalhadores de Petrolândia. É claro que em Petrolândia também tem trabalhadores sérios, a maioria são sérios. Eu vou parar de agenciar, mas eu sei que muitas mães vão sentir a minha falta. Muitas mães vinham aqui pra dizer que o filho dela só ia porque era eu o responsável. Aliás, eu vou sentir essa falta. Mas a falta que eu vou sentir é essa, porque as outras faltas eu não vou sentir, porque eu sei me virar. Eu estou parando com essa atividade, mas eu sou inteligente, vou para outra e vou ter sucesso.

Agradecemos a Carlenildo pela entrevista concedida a reportagem do Blog de Assis Ramalho e à Web Rádio Petrolândia.

Carlenildo: Eu é quem lhe agradeço por vir aqui e me dar essa oportunidade de me esclarecer para a sociedade de Petrolândia. Muito obrigado!

A entrevista vai ao ar nesta sexta-feira (10), na Web Rádio Petrolândia, no programa "Acordando com as Notícias", transmitido de segunda a sábado das 05h30 às 08h30, com apresentação e comentários de Assis Ramalho.

A Web Rádio Petrolândia funciona na Internet, através do sitewww.webradiopetrolandia.com.br, com o objetivo de levar a voz de Petrolândia aos petrolandenses em sua própria cidade e além das divisas e fronteiras.

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Redação do Blog de Assis Ramalho

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