Petrolândia, sua cultura, seu povo e seus problemas são destaques no 'Pé na Rua', programa de TV

Equipe de produção do Pé na Rua na Roça de Samyr, há um ano, durante a excursão PNR Caravanas 2 nesta região. Atualmente, a equipe batalha por recursos para nova temporada do programa (Foto: Assis Ramalho).

Soraia Oliveira, no Bar e Balneário Roça de Samyr, ensina a preparar tucurané, com acompanhamento do baião-de-dois (Reprodução vídeo Pé na Rua).  

No começo de junho de 2015, a Caravana Pé na Rua, programa da TV Pernambuco, visitou a cidade de Petrolândia, no Sertão do Estado, onde foram gravadas reportagens. Na época, a cidade se preparava para a Copa do Mundo, iniciada na semana seguinte. A equipe de produção, composta por Felipe Cabeça, Felipe Lima, Pollyanna Melo e Henrique Brasão e Ivan Moraes Filho, entrevistou a empreendedora Fátima Belém (Café com Arte e Tapiokinha de Fafá) e Neguinha, famosa como a última pessoa a arredar pé das terras agora submersas da velha Petrolândia. Produtores rurais também falaram sobre a ação que movem contra a Chesf.

"No Bar e Balneário Roça de Samyr, o Pé na Rua registrou a preparação do peixe tucunaré frito, acompanhado de baião-de-dois, um dos pratos mais pedidos no cardápio da cozinha da Tia Lenir, que serve o estabelecimento. Quem ensinou o preparo foi Soraia Oliveira.

A passagem da Caravana do PNR por Petrolândia e região foi proveitosa, as matérias deixam bem claro. Porém, na página do programa no Facebook, uma notícia que não chega a ser novidade no circuito cultural, foi postada nessa terça-feira (02). A equipe está sem recursos para produzir novos programas, na luta por financiamento para nova temporada. Veja abaixo a nota, na íntegra.

Quem acompanha o Pé na Rua há mais tempo deve estar ligado (ou ligada) que os programas que estão indo ao ar pela Tv Brasil são fruto do último Edital do Audiovisual em que fomos contemplados, há dois anos. Atualmente, estamos sem gravar novos programas, por motivo de falta de recursos mesmo.

Hoje, às 16h (ontem, dia 02/06), nossa equipe fará a defesa oral de mais uma temporada, no mesmo Edital do Audiovisual. Nossa ideia é gravar mais 12 programas, sendo ao menos um em cada capital do Nordeste. Seria um grande salto para podermos levar às telas da tevê pública cada vez mais conteúdo diverso, com diferentes sotaques e maneiras de ver o mundo.

Nosso sonho é poder, cada vez mais, fazer parte desse lindo processo em que a população toma conta dos meios de comunicação. Sem interferências do capital ou dos governos. Promovendo o debate franco e honesto sobre temas importantes que afetam diretamente as chamadas "pessoas comuns" que, no nosso ver, são o que há de mais especial nesse mundo.

Esse post aqui é pra dizer o seguinte: torçam por nós."

Nós ficamos na torcida, é claro, de que voltem à nossa cidade e mostrem muito mais do que há para ser divulgado em nossa região. Confira abaixo algumas matérias produzidas pelo Pé na Rua em Petrolândia e região, na excursão Pé Na Rua Caravanas 2, programa 11, exibido no domingo passado (31).

O tucunaré não é exatamente um peixe nordestino. Originário da Amazônia, foi introduzido no rio São Francisco e hoje compõe o cardápio sertanejo. Em Petrolândia, fomos conferir essa receita ensinada pela cozinheira Soraia Oliveira.

Artesã, tapioqueira, cozinheira, confeiteira, gestora de projetos sociais, professora. Fátima Belém não para. Participante ativa nas políticas públicas de Petrolândia, ela recebeu o Pé na Rua em casa e nos contou suas histórias.

Quase trinta anos depois que Petrolândia foi alagada para a construção de uma barragem, agricultores e agricultoras desalojados ainda batalham na justiça para poderem mais uma vez viver do que a terra pode dar.

Enquanto as águas represadas pela barragem subiam inundando Petrolândia, dona Neguinha permanecia em sua casa/bar, resistente, até que fosse garantida sua transferência para um imóvel na Petrolândia Nova. Quase trinta anos depois, ela não esquece a história e a saudade da cidade que não existe mais.

Em Paulo Afonso e Glória/BA, pescadores artesanais vêm encontrando problemas para realizar seu trabalho devido ao avanço da especulação imobiliária nas margens do São Francisco e aos criadouros de peixes que se situam ao longo do rio. Para resolver isso, defendem um projeto de lei de iniciativa popular.

Que Paulo Afonso/BA, com suas usinas hidrelétricas, é a terra da energia, todo mundo já sabia. O que não é tão conhecida é a relação do município onde nasceu Maria Bonita com o universo do cangaço. Quem explica é o historiador e escritor João Souza, com ajuda do seu compadre Joaquim.

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Redação do Blog de Assis Ramalho
Fonte: Pé na Rua Facebook e YouTube