Não é incomum ouvirmos nos consultórios e emergências relatos de pacientes que fizeram uso de alguns comprimidos de ¨diclofenaco¨ ou que já usam determimado anti-inflamatório há algum tempo.
O controle da dor é critério de excelência em um serviço de saúde. Devemos sempre tratar a dor, buscando seu controle total, quando possível ou, ao menos seu alívio, porém tal conduta deve ser feita de forma responsável, visando não prejudicar o paciente como manda a cartilha hipocrática: Primum non nocere (antes de tudo, não cause dano).
Os antiinflamatórios não hormonais podem constituir um real perigo a pacientes cardiopatas, diabéticos, hipertensos e com problemas renais e gástricos. O uso de AINE constitui uma das principais causas de hemorragia digestiva. Nos pacientes com distúrbios renais, ou naqueles com patologias que agridem os rins como hipertensão e diabetes, a dependência de prostaglandinas é maior e quando esta substância é inibida pelos AINES pode se precipitar o quadro de insufuciência renal, além de poder causar nefrite intersticial. Os AINES também podem inibir substâncias que causam vasodilatação da circulação coronária no coração, piorando o fluxo sanguíneo e precipitando isquemia nos pacientes com doença arterial coronária.
Os AINES são drogas seguras quando administradas com indicação médica precisa. No entanto, por ser uma classe com índice elevado de auto-medicação, pode trazer muitas consequências ao invés do alívio.
Evite a auto-medicação!
Exemplos de Antiinflamatórios não hormonais: Diclofenaco, Ibuprofeno, Nimesulida, Meloxicam, Tenoxicam, Cetoprofeno, Indometacina, Ácido Mefenâmico. Piroxicam, Celecoxibe.
Por Dr. Cleobenysson Cruz/Cardiologia CRM 18732
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