São 21 países envolvidos. Todos os Ministérios Públicos brasileiros participam da campanha, que foca na divulgação de conteúdo pela internet, especialmente nas redes sociais. Conta com um hotsite, uma fanpage no Facebook, um perfil no Twitter e banners web. Para dar suporte, foram produzidos vídeos e spots de rádio com duração de um minuto e de 30 segundos, mobiliários urbanos, cartazes e adesivos de veículos.
O Ministério Público de Pernambuco tem compartilhado ativamente as postagens do MPF e de outras entidades que alertam sobre o tema, além da divulgação permanente das próprias iniciativas de procuradores e promotores de Justiça em prol dos bens públicos e no combate à improbidade administrativa. “Precisamos dar combate à corrupção em todas suas formas, de forma efetiva”, adiantou o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Carlos Guerra de Holanda.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “a campanha reforça que é preciso dizer não à corrupção, por menor que ela seja, em todos os lugares. Não só na gestão pública, como em família, nas ruas, nas conversas informais. Nosso objetivo maior é mostrar que a mudança ética em favor da sociedade começa nas atitudes de cada um”, explica.
O uso das hashtags #CorrupçãoNão e #CorrupciónNo busca mobilizar as redes com a indignação dos jovens em torno do assunto e criar um debate não apenas sobre os desvios de dinheiro público, mas quanto às pequenas ilegalidades cotidianas praticadas por pessoas comuns, como subornar policiais, passar notas frias ou estacionar em vagas proibidas, furar filas e falsificar carteiras de estudante.
A estratégia é atingir principalmente internautas na faixa etária de 16 a 33 anos. De acordo com a consultoria internacional Comscore, 70% dos jovens mundiais entre 18 e 24 anos estão conectados à internet. Além disso, quase metade (49,5%) das pessoas dessa faixa etária está engajada em alguma rede social. Entre os jovens de 25 e 34 anos, esse percentual é igualmente expressivo: 44,6%. Justamente por isso, optou-se por ativar a ação prioritariamente em ambiente digital.
Pretende-se que o internauta possa se envolver, compartilhando as peças, promovendo a divulgação do seu jeito, sua linguagem, no seu ritmo e por meio dos seus canais preferidos. Os meios de comunicação convencionais (rádio, televisão, jornais, revistas etc.) e a mídia out of home (mobiliário urbano, mídia aeroportuária, empenas etc.) serão utilizados como apoio à campanha.
A luta contra a corrupção depende, antes de tudo, do entendimento de que se trata de um mal estrutural nas sociedades. Por isso, são necessárias, não apenas punição aos culpados, mas transformações culturais. Segundo Rodrigo Janot, o público jovem está mais suscetível e disposto a enfrentar essas mudanças. Ele lembra que pesquisas recentes da Transparência Internacional apontam que a juventude se mostra mais incomodada com a corrupção. “Os jovens são os mais dispostos ao enfrentamento deste mal”, explicou.
Apesar de conhecer as diferenças culturais e que o problema não será resolvido em pouco tempo, a campanha aponta exemplos internacionais que deram certo. Na Suécia foram registrados apenas dois casos de corrupção nos últimos 30 anos. E ambos foram severamente punidos. Qual o segredo? Investir na educação, na melhor distribuição da renda e na transparência dos atos do poder público.
Cita ainda que já é possível fiscalizar os gastos do dinheiro público na internet. Os dados ficam disponíveis nos sites de governos e instituições que trabalham com dinheiro público, além de portais criados por organizações relacionadas à transparência ou, ainda, pela imprensa. Com a força mobilizadora da internet se gerou uma grande oportunidade para reforçar o papel do Ministério Público brasileiro na luta contra a corrupção nas esferas cível, criminal e, ainda, na recuperação de ativos.
Países envolvidos na campanha - América do Norte e Caribe: México, Cuba e República Dominicana; América Central: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá; América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela; Europa: Espanha e Portugal.
MPPE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.