segunda-feira, junho 01, 2015

Frases do dia 01/06/2015: Coletânea IHU Online

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Francisco, Morus e Dostoievski

"(Papa) Francisco dá a impressão de ser um enigma, mas não é indecifrável. O que me parece é que ele transita à vontade entre dois alteregos. Em um, ele se faz Thomas Morus, o grande chanceler britânico degolado por Henrique VIII. Como ele, assume uma fidelidade absoluta aos grandes valores do Evangelho, sem cair na mera defesa da instituição como se fosse corporativismo. Não custa lembrar, Morus é o padroeiro dos políticos. No outro ele assume o escritor russo Fiodor Dostoievski, de quem é leitor assíduo. A literatura, cabe lembrar aqui, foi sua segunda área de formação, depois da bioquímica. Com Dostoievski, ele assume a questão existencialista – com seu drama, o ser humano na sua realidade de cada momento" - Fernando Altemeyer, estudioso do mundo católico - O Estado de S. Paulo, 01-06-2015.

Humanismo

"Que ele está atento a esse humanismo, a essa angústia, ao se perguntar: por que esse povo está tão machucado? Palestinos, sírias, argentinos? Mesmo o Brasil, que vive essa angústia momentânea? Ao mesmo tempo tem olhos para ver como Thomas Morus, buscando entender a alma humana e este momento da história. É solidário no sofrer sem deixar de alertar que os valores maiores precisam ser anunciados. Como quem diz: “Que permaneça o que é mais valioso, mesmo que custe a minha cabeça” - Fernando Altemeyer, estudioso do mundo católico - O Estado de S. Paulo, 01-06-2015.

O tango de Francisco

"Se os padres católicos não se aproximarem das pessoas de forma convicta, haverá um dilema. Nas suas palavras e ações, Francisco está pedindo: “Saiam, não fiquem presos nas paróquias, deixem de parecer príncipes!” Mas o que é que se vê? Que os padres não conseguem dançar o tango do Francisco. Eles foram formados para serem burocratas, funcionários, e o Francisco pede missionários. A Igreja precisa de gente que vá para a rua. São Paulo, por exemplo, tem uns 700 padres. Precisaria que pelo menos 500 fossem para as ruas. Mas a maioria não foi educada para isso. Então, essa reação e esse crescimento vão depender da persistência e dos grandes gestos de Francisco" - Fernando Altemeyer, estudioso do mundo católico - O Estado de S. Paulo, 01-06-2015.

Sonho de um padre cantor sertanejo

“O Santuário Nacional Sertanejo tem formato de chapéu de vaqueiro, imagina ele (Padre Alessandro Campos, padre cantor sertanejo). Tira o próprio da cabeça e detalha como seria a estrutura: uma escadaria na frente; o templo para 30 mil pessoas na parte de dentro; por fora, uma grande arena de rodeio; as duas abas virariam arquibancadas; no topo, o palco para shows” – Anna Virginia Balloussier, jornalista, na reportagem “Seguuuuuura cristão!” – Folha de S. Paulo, 31-05-2015.

Ninguém segura

"Quando Deus quer, ninguém segura" – Alessandro Campos, padre sertanejo, ao comentar os 900 mil de CDs que vendeu com seu segundo álbum, "O que É que Eu Sou sem Jesus?" (2014), o equivalente a seis "discos de diamante" (láurea mais alta para vendas no Brasil) e à frente de Ivete Sangalo e Roberto Carlos – Folha de S. Paulo, 31-05-2015.

Sanros que bebam Coca

"Precisamos de santos do século XXI, que bebam Coca-Cola e comam cachorro-quente, que usem jeans, que sejam internautas" - texto que Alessandro Campos, padre sertanejo, atribuiu a João Paulo II, mas tudo indica que seja apócrifo e que circula na internet como se fosse de autoria também do papa atual, Francisco – Folha de S. Paulo, 31-05-2015.

Paraíso

“A reforma política é que nem o paraíso. Todo mundo quer, mas não agora” - um líder partidário não identificado, durante as negociações de bastidores para votar a fracassada reforma política – O Globo, 30-05-2015.

E os outros?!

"Mas só eu? Onde estão os outros?" - José Maria Marin, ex-presidente da CBF, sentindo a falta dos colegas aos ser preso,na Suíça, em investigação americana contra esquemas de corrupção no futebol mundial - O Estado de S. Paulo, 31-05-2015.

Radiografia

“Uma das poucas vantagens das crises é a verdade aparecer. Ao aprovar, em primeiro turno, a constitucionalização do financiamento de empresas aos partidos, a Câmara Federal respondeu de maneira clara a pergunta decisiva emitida três semanas antes por Paulo Roberto Costa. Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento sintetizou: "Para que uma empresa vai doar R$ 20 milhões para uma campanha se ela não tiver algum motivo na frente para cobrar isso?" Resposta: 330 deputados preferem as cobranças e os aportes dos grandes patrocinadores a ter que sobreviver com o apoio de contribuintes individuais” – André Singer, cientista político – Folha de S. Paulo, 30-05-2015.

Sequestro da política

“Nunca está demais repetir que, ao perpetuar o sistema de financiamento empresarial, opera-se uma espécie de sequestro da política. Embora formalmente eleitos pelo voto de cada um de nós, na realidade os representantes respondem aos poucos que controlam os recursos com os quais são feitas as campanhas. Isso esvazia o debate democrático, uma vez que as decisões são tomadas em lugares inacessíveis, para os quais o cidadão comum nunca é convidado” – André Singer, cientista político – Folha de S. Paulo, 30-05-2015.

7 x 1

“Integrantes do governo já reconhecem a possibilidade de o escândalo de corrupção da Fifa comprovar irregularidades em contratos da Copa do Mundo de 2014 com o poder público” – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-05-2015.

Querosene

“Escaldado, um auxiliar de Dilma Rousseff evoca os os desdobramentos da Operação Lava Jato: "Todo mundo pensou que era só a investigação sobre um posto de gasolina" – Vera Magalhães, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-05-2015.

Caras do Brasil

“Da arquibancada ao poder econômico, que é o maior poder por aqui, Havelange e Ricardo Teixeira faziam uma síntese perfeita e discreta do Brasil. José Maria Marin, o mau discípulo, escancarou. Já se percebe que as autoridades brasileiras sentem necessidade de adotar iniciativas. Deve ser o melhor que pode acontecer a Marin“ – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 31-05-2015.

Golpe do shopping

“Em seu exaltado discurso contra o golpe do shopping e contra o próprio, disse o senador Jader Barbalho que "só falta uma medida provisória que inclua a construção de um motel". Não haverá, talvez, porque é desnecessária: para a mesma finalidade são usados os gabinetes” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 31-05-2015.

Fonte: IHU Online

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