terça-feira, junho 02, 2015

Falsa advogada é presa em PE após obter R$ 75 mil através de estelionato


Uma mulher de 32 anos que se passava por advogada foi presa em Paudalho, na Mata Norte de Pernambuco, em cumprimento a um mandado judicial. Ela é acusada de estelionato, por enganar clientes e cobrar por serviços advocatícios que não cumpria, nem tinha formação para fazê-lo. De uma das vítimas ela chegou a roubar R$ 75 mil.

A investigação começou em janeiro. "Ela reside em Paudalho e ludibriava pessoas humildes, tinha um escritório de fachada. Ela cobrava mensalmente valores para serviços que não executava", contou o delegado da cidade, Marcos Roberto.

O caso mais grave aconteceu em outubro do ano passado, quando um senhor que possuía R$ 75 mil em uma conta bancária a procurou para que ela fizesse uma procuração em nome de uma de suas filhas. "Ele tinha a intenção que uma filha dele movimentasse a conta, e o banco pediu a procuração. Ela fez uma procuração em favor dela própria, e outra no nome da filha. São pessoas humildes, pouco esclarecidas, que não sabem ler. Ela foi lá e sacou os R$ 75 mil dele", lembra o investigador.

A partir da denúncia dessa família, a investigação começou. Depois do primeiro caso, a falsa advogada fez mais duas vítimas, conforme o delegado: há nove meses ela vinha cobrando R$ 300 mensais de um casal que temia ser despejado do terreno onde vivia, pertencente a uma cooperativa da cidade. O dinheiro serviria para a ação que ela deveria mover contra os donos do terreno, mas que nunca chegou à Justiça. A outra vítima foi um rapaz que também solicitou serviços advocatícios e pagou R$ 700 a ela.

"Esses outros dois casos aconteceram há aproximadamente 2 meses. Três inquéritos foram instaurados e, uma vez que tudo foi concluído, eu pedi a prisão preventiva, e a Justiça concedeu. O mandado foi cumprido ontem [segunda-feira, dia 1º]", diz o delegado Marcos Roberto.

Entre os documentos falsos encontrados com a suspeita estavam ofícios de falsas demandas que ela deveria encaminhar ao Poder Judiciário, mas nunca deu entrada, e diversos boletos falsos. "Não encontramos nenhuma carteira da OAB. Nos depoimentos que ocorreram durante os inquéritos, ela assumiu a autoria do primeiro caso. Dos outros, disse que estava resolvendo os problemas", comentou o investigador.

Para que as vítimas sejam ressarcidas, é preciso que elas entrem com uma ação cível contra ela, por perdas e danos. A mulher está detida na Colônia Penal Feminina do Recife, onde aguardará julgamento. A pena por estelionato é de um a cinco anos de prisão, em caso de condenação.

G1 PE

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