domingo, maio 17, 2015

Seca deixa quase 70% das cidades de Pernambuco em emergência



Estiagem no sertão já dura 4 anos. No estado, 68,1% dos municípios sofrem com a falta d'água. Reservatórios estão em situação crítica.

O Jornal Nacional mostrou um problema já bem conhecido dos brasileiros, mas que tem se agravado este ano. É a seca prolongada, que castiga os moradores do interior de Pernambuco. Quase 70% dos municípios do estado estão em situação de emergência. E o período de chuvas já passou em algumas áreas.

Um rio desapareceu. Ficou o leito do riacho que existe só na lembrança.

O sacrifício de buscar água longe de casa está de volta para muitas famílias. A dona de casa Maria José Pereira da Silva e a filha Josiane, de 15 anos, enfrentam meia hora de caminhada para garantir água pra família.

JN: “Quantas pessoas vão usar esta água?”
Maria José: “Oito filhos, eu, o marido, uma neta... onze.”
JN: “Quantas viagens a senhora faz por dia?”
Maria José: “Nós dá 5, 6.”

Quando a água chega ao sítio, os animais correm para matar a sede. Para receber o caminhão-pipa, ela tem que pagar: “Tem que ter R$ 100 ou R$ 120 para comprar um caminhão-pipa para beber e cozinhar”, conta dona Maria José.

Dos 185 municípios de Pernambuco, 126, quase 70%, estão em situação de emergência por causa da estiagem severa.


O volume de água nos reservatórios do estado é crítico: eles acumulam apenas 15% da capacidade.

Na barragem de Ipaneminha, que abastece duas cidades e quatro povoados do agreste, o nível da água baixou mais de 10 metros. Não dá mais para captar e levar a água para as cidades.

Além de Alagoinha, outros 16 municípios do agreste e do Sertão de Pernambuco enfrentam o colapso no abastecimento. Mais de 370 mil pessoas estão sem água nas torneiras. Além de transformar a rotina dos moradores, esta longa estiagem levou uma novidade para as calçadas e para as ruas.

Tambores, bacias, baldes, panelas... Os moradores tentam armazenar a água de todo jeito. A rotina deles é esperar pelo caminhão-pipa, que só passa uma vez por mês em cada rua.

“Que é difícil é. Não só para a gente como para todo mundo”, diz uma mulher.

Em Alagoinha, já são dois anos e meio sem ter água nas torneiras. No Sertão, a época das chuvas já terminou e choveu apenas a metade da média histórica, completando quatro anos de escassez.

No Agreste, o período chuvoso começa agora e nunca foi tão esperado.

“Como é que a gente faz sem água? A gente não faz comida, não faz limpeza, a gente não tem vida. Água é vida, não é?”, comenta uma mulher.

A Companhia de Abastecimento de Água de Pernambuco declarou que vai aumentar o número de carros-pipa que atendem Alagoinha.

G1 - Jornal Nacional

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