Foto: Bruno Gonçalves/PMP
A vazão de 1500 m³/s foi anunciada pelos órgãos competentes como se viesse a ser praticada a partir de Sobradinho para limpeza da mancha encontrada no rio São Francisco, à altura da cidade alagoana de Delmiro Gouveia, porém, de fato, o desfecho foi outro.
"O reservatório de Itaparica pagou sozinho a fatura pelo dano ambiental. Operações dessa natureza devem ser detalhadas e.avisadas com antecedência, para que os usuários se organizem. Por outro lado, se a água utilizada para a descarga brusca tivesse sido dividida entre os reservatórios de Sobradinho e Itaparica, não teríamos redução tão grande e inesperada em tão pouco tempo, resultando em prejuízos na piscicultura e na agricultura irrigada, pois alguns irrigantes também foram surpreendidos", afirmou o secretário.
Viana questiona a forma de tratamento diferenciado (para pior) concedido pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) aos produtores da região de Itaparica. A represa de Itaparica é um regulador, ou seja, apenas uma "válvula" para elevar ou reduzir a vazão em Xingó, sem considerar as necessidades da população ribeirinha nem as atividades econômicas praticadas no entorno. "Defendemos a transparência total e o equilíbrio na entrada e saída dos Lagos do Săo Francisco, evitando a sobrecarga de Itaparica. Desde o dia 7 de maio, irrigantes e piscicultores estão deslocando bomba e tanques redes na tentativa de frear os prejuízos", disse.
De acordo com os boletins diários divulgados pela ANA (Agência Nacional de Águas), a represa de Itaparica, situado entre Sobradinho e Xingó, perdeu 8,43% de volume útil em apenas 10 dias, na operação iniciada no dia 1º para tentar 'dar descarga' nos resíduos acumulados no rio ao longo de mais de 30 Km. Percebe-se que Itaparica continua a ser "sangrada", com saídas superiores ao volume recebido, mesmo após a operação emergencial com prazo estipulado em uma semana. Veja abaixo o acompanhamento do Lago de Itaparica, divulgado no site da ANA, de 27/04 a 10/05. O boletim desta terça (12/05), contendo dados do dia 11, ainda não estava disponível ao fecharmos esta matéria.
Data Volume Útil Qaflu Qdeflu
% m³/s m³/s
27/04 24,37 1.065 1.065
28/04 24,01 1.080 1.249
29/04 23,44 1.000 1.134
30/04 23,64 1.000 869
01/05 23,81 1.000 851
02/05 23,27 1.020 1.240
03/05 22,88 1.000 1.124
04/05 21,78 1.050 1.477
05/05 20,68 1.050 1.484
06/05 19,55 1.050 1.513
07/05 18,29 1.020 1.508
08/05 16,46 1.020 1.444
09/05 15,92 1.020 1.248
10/05 15,38 1.020 1.175
Preocupado com a mancha no rio, o CBHSF (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco) comunicou ontem (11) que a vazão do rio São Francisco voltou a ser reduzida para 1.000 m³ por segundo, após uma semana de prática de 1.500 m³/s. O resultado da operação parece não ter sido animador. "A medida provocou o deslocamento da mancha, identificada no leito do rio em meados de abril, para a encosta. O primeiro efeito do problema aconteceu na captação de água para abastecimento humano, por parte da Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), que suspendeu o serviço. Toda a população da área ficou sem água nas torneiras".
Na mesma matéria, um técnico da Casal explica que “o que se observa é que, quando aumenta a vazão do rio, a água melhora. Quando diminui, o líquido fica escuro e com um cheiro forte”. Se isso acontece em um trecho de água corrente, imagine-se o efeito da redução do volume em um lago que é notoriamente usado como receptáculo de agrotóxicos, entre outras coisas, e sua água é distribuída à população.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Com informações de Marcos Rogério Viana, CBHSF
"O reservatório de Itaparica pagou sozinho a fatura pelo dano ambiental. Operações dessa natureza devem ser detalhadas e.avisadas com antecedência, para que os usuários se organizem. Por outro lado, se a água utilizada para a descarga brusca tivesse sido dividida entre os reservatórios de Sobradinho e Itaparica, não teríamos redução tão grande e inesperada em tão pouco tempo, resultando em prejuízos na piscicultura e na agricultura irrigada, pois alguns irrigantes também foram surpreendidos", afirmou o secretário.
Viana questiona a forma de tratamento diferenciado (para pior) concedido pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) aos produtores da região de Itaparica. A represa de Itaparica é um regulador, ou seja, apenas uma "válvula" para elevar ou reduzir a vazão em Xingó, sem considerar as necessidades da população ribeirinha nem as atividades econômicas praticadas no entorno. "Defendemos a transparência total e o equilíbrio na entrada e saída dos Lagos do Săo Francisco, evitando a sobrecarga de Itaparica. Desde o dia 7 de maio, irrigantes e piscicultores estão deslocando bomba e tanques redes na tentativa de frear os prejuízos", disse.
De acordo com os boletins diários divulgados pela ANA (Agência Nacional de Águas), a represa de Itaparica, situado entre Sobradinho e Xingó, perdeu 8,43% de volume útil em apenas 10 dias, na operação iniciada no dia 1º para tentar 'dar descarga' nos resíduos acumulados no rio ao longo de mais de 30 Km. Percebe-se que Itaparica continua a ser "sangrada", com saídas superiores ao volume recebido, mesmo após a operação emergencial com prazo estipulado em uma semana. Veja abaixo o acompanhamento do Lago de Itaparica, divulgado no site da ANA, de 27/04 a 10/05. O boletim desta terça (12/05), contendo dados do dia 11, ainda não estava disponível ao fecharmos esta matéria.
Data Volume Útil Qaflu Qdeflu
% m³/s m³/s
27/04 24,37 1.065 1.065
28/04 24,01 1.080 1.249
29/04 23,44 1.000 1.134
30/04 23,64 1.000 869
01/05 23,81 1.000 851
02/05 23,27 1.020 1.240
03/05 22,88 1.000 1.124
04/05 21,78 1.050 1.477
05/05 20,68 1.050 1.484
06/05 19,55 1.050 1.513
07/05 18,29 1.020 1.508
08/05 16,46 1.020 1.444
09/05 15,92 1.020 1.248
10/05 15,38 1.020 1.175
Preocupado com a mancha no rio, o CBHSF (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco) comunicou ontem (11) que a vazão do rio São Francisco voltou a ser reduzida para 1.000 m³ por segundo, após uma semana de prática de 1.500 m³/s. O resultado da operação parece não ter sido animador. "A medida provocou o deslocamento da mancha, identificada no leito do rio em meados de abril, para a encosta. O primeiro efeito do problema aconteceu na captação de água para abastecimento humano, por parte da Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), que suspendeu o serviço. Toda a população da área ficou sem água nas torneiras".
Na mesma matéria, um técnico da Casal explica que “o que se observa é que, quando aumenta a vazão do rio, a água melhora. Quando diminui, o líquido fica escuro e com um cheiro forte”. Se isso acontece em um trecho de água corrente, imagine-se o efeito da redução do volume em um lago que é notoriamente usado como receptáculo de agrotóxicos, entre outras coisas, e sua água é distribuída à população.
Redação do Blog de Assis Ramalho
Com informações de Marcos Rogério Viana, CBHSF
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