A medida afeta 50 pessoas que estão na fila de espera e impacta cerca de 1,4 milhão de habitantes dos 44 municípios que buscam os serviços da unidade. Os atendimentos de urgência, emergência e de média complexidade, como consultas e exames estão mantidos.
Fundada em 2001, a unidade atende hoje cerca de 90% dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para atendimentos de alta complexidade, o teto estabelecido pelo SUS para a unidade, que incluem cirurgias cardíacas, angioplastias e implantes de marca-passo é R$ 276 mil por mês.
Segundo o gerente administrativo do hospital, Egberto Santos, o valor é considerado muito aquém da realidade atual. “Seria necessário pelo menos o dobro desse valor para atender a demanda. No nosso faturamento, já tem mais de R$ 800 mil de procedimentos feitos e não pagos. Tentamos uma solução há pelo menos dois anos e sempre esbarramos na mesma resposta: faltam recursos. Resolvemos suspender as cirurgias eletivas como estratégia de sobrevivência.”
A defasagem do teto para alta complexidade determinado pelo SUS, de acordo com Santos, dá-se não só devido ao aumento da demanda do Hospital do Coração do Cariri, que recebe também pacientes de estados vizinhos, como Pernambuco e Piauí, mas ao encarecimento dos serviços e dos insumos ao longo dos anos. Ele estima que o teto não é atualizado há pelo menos cinco anos.
Os débitos do hospital incluem ainda aquisição de próteses e órteses e de alimentação enteral, ministrada especialmente aos pacientes em unidades de Terapia Intensiva (UTI), para a qual o hospital busca credenciamento pelo SUS desde 2007. “De lá para cá, ainda não fomos credenciados, mas estamos ministrando essa alimentação mesmo assim, porque é necessária para o tratamento do paciente.”
Em nota, o Ministério da Saúde informou que, nos primeiros três meses deste ano, repassou para o Hospital do Coração do Cariri mais de R$ 1 milhão “para custear procedimentos hospitalares e ambulatoriais feitos pelo SUS”. Em 2014, segundo a nota, o ministério investiu R$ 5,9 milhões na unidade – valor 9% maior que em 2013, quando foram repassados R$ 5,5 milhões.
Agência Brasil
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