Paulo Câmara, Magnólia Cavalcanti, Waldemar Borges e Guilherme Uchoa (Fotos: Roberto Pereira)
Político, advogado e escritor olindense, caso estivesse vivo, Paulo Cavalcanti completaria 100 anos nesta segunda (25.05). Por iniciativa do deputado Waldemar Borges, o centenário de nascimento do homem público, falecido em 1995, foi lembrado em Reunião Solene na Assembleia Legislativa, ocasião que prestou tributos à trajetória do homenageado.
Prestigiaram o evento o governador Paulo Câmara, o vice-governador Raul Henry, o prefeito e o vice-prefeito do Recife, Geraldo Júlio e Luciano Siqueira, Frederico Pernambucano de Melo, representando a Academia Pernambucana de Letras, o sub-procurador de Justiça Fernando Barros de Lima, representando o procurador geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, Carlos Guerra, secretários estaduais e municipais, deputados, vereadores, a viúva do homenageado, Maria Ofélia, além de diversas autoridades. “A Assembleia Legislativa reverencia a memória de um intelectual admirado, respeitado e razoável em suas posições”, declarou o presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa (PDT), que inaugurou a solenidade.
Waldemar Borges evidenciou a forte ligação do comunista com a história de Pernambuco. “Deixou-nos Paulo Cavalcanti lições de determinação, coerência, resistência e amor à vida. Legado que não é só de sua família, dos seus amigos e dos que com ele militaram mais proximamente. É também um legado dos pernambucanos, que saberemos honrar agora e no futuro”, salientou.
O governador Paulo Câmara lembrou que, apesar do longo envolvimento de Cavalcanti com a política, o advogado teve o respeito tanto de aliados quanto de adversários. “Foi um homem de múltiplas dimensões, de visão ampla do mundo e profunda das pessoas”, apontou. Ao final, Magnólia Cavalcanti, uma das filhas do homenageado, recebeu uma placa comemorativa da Assembleia. “Desta mesma tribuna de onde meu pai um dia veiculou denúncias, eu agradeço pelo reconhecimento de sua história como homem público”, frisou.
Atuante intelectual de esquerda em Pernambuco, Cavalcanti se notabilizou pelo posicionamento contrário a medidas autoritárias do presidente Getúlio Vargas, durante o Estado Novo (1937-1945). Elegeu-se deputado estadual em 1947 e em 1951. Acusado de subversão, foi preso onze vezes durante a Ditadura Militar (1964-1985), quando – por sua proximidade com o Partido Comunista Brasileiro (PCB),– foi aposentado pelo Regime do cargo de promotor de Justiça.
Passou então a atuar como advogado de sindicalistas, militantes comunistas e líderes das Ligas Camponesas. Após a redemocratização, elegeu-se vereador no Recife pelo PCB, em 1992. Crítico literário, Cavalcanti foi estudioso da obra do português Eça de Queiroz. Fundou a União Brasileira de Escritores (UBE), secção de Pernambuco, e a Associação do Ministério Público de Pernambuco.
Assessoria de Imprensa Waldemar Borges
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