A direção do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato) classificou de “truculenta” a ação da Polícia Militar (PM) durante protesto da categoria e de outros servidores na tarde de ontem (29) em Curitiba contra o projeto de lei que altera a Previdência do estado. Segundo o sindicato, participaram do protesto 20 mil pessoas. A PM não divulgou o número de manifestantes.
Em greve desde segunda-feira (27), os professores da rede estadual de ensino e de universidades estaduais estão acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná. A Polícia Militar traçou um perímetro de isolamento, com grades e policiais, em torno do prédio. Os professores representam 70% do funcionalismo estadual.
De acordo com Luiz Fernando Rodrigues, da direção do sindicato, tudo começou quando os deputados estaduais decidiram seguir com a votação do projeto. “Quando nós anunciamos que o governo não havia aceitado tirar o projeto, houve uma revolta muito grande, e [os manifestantes] tentaram avançar sobre a cerca. Imediatamente, o Batalhão de Choque, a mando do secretário [de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini] veio com todo seu armamento para cima das pessoas”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 1,6 mil policiais participaram da ação. “A ação foi contra os educadores que estavam na praça. Foi abuso da PM. Jogaram bombas de gás, sprayde pimenta, jatos de água contra os trabalhadores. A polícia não parou de jogar bomba na gente mesmo depois de uma hora. Foi uma barbárie o que aconteceu hoje em praça pública”, disse Rodrigues.
Pelo menos 170 manifestantes ficaram feridos, segundo a prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Paraná, onde ocorreram os primeiros atendimentos. Entre eles, 45 foram levados para unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e hospitais da região.
O governador do Paraná, Beto Richa, disse, em entrevista coletiva, que os policiais reagiram a provocações de algumas pessoas que estavam na praça. “Sete black blocks foram presos. Os policiais, ao serem afrontados por esses bardeneiros e black blocks, reagiram, em uma proteção natural de sua integridade física.”
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná diz que 20 policiais ficaram feridos. “A reação, a agressão, não partiu dos policiais. Os policiais ficaram parados para proteger o prédio da Assembleia Legislativa. Na medida em que eram impedidos, reagiram. A polícia não partiu para cima dos manifestantes uma única vez. Tem filmes que comprovam o que estou dizendo”, disse.
Segundo a Secretaria de Segurança será aberto um inquérito policial militar, com participação do Ministério Público, para apurar as ações durante a confusão.
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