Nessa terça-feira (7), uma manifestação marcou a chegada dos cerca de 300 indígenas que participam do evento. Eles fizeram uma passeata no entorno da Universidade Federal de Mato Grosso contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere para o Congresso Nacional a prerrogativa de demarcar terras indígenas, função que é exercida pelo Poder Executivo.
Para a indígena Maria Eva Canoé, de Rondônia, não há como separar as discussões de esporte das outras demandas indígenas, como saúde, educação e território demarcado. O fórum vai servir para que haja uma política específica de esporte para essa população. “A finalidade do encontro é fazer com que nós, povos indígenas, possamos contribuir para uma política específica e diferenciada que atenda à demanda das populações indígenas nessa área de esporte e lazer, para a valorização da nossa cultura, das nossas brincadeiras, e que esse programa de governo seja adequado à realidade dos povos indígenas do Brasil.”
A professora Beleni Saléte Grando, que coordena o evento, também ressaltou a importância da luta pelo território, antes de se pensar em direito ao esporte. “Qualquer pessoa primeiro precisa de um lugar. Então, o território e a possibilidade de vida coletiva nesse território é a primeira base para qualquer coisa. Simplesmente, tenho que primeiro garantir essa vida coletiva com qualidade.”
Na solenidade de abertura, o chefe de Gabinete do Ministério do Esporte, Ivan Alves Soares, representou o ministro Jorge Hilton e destacou que o governo pretende, com o evento, ouvir as demandas, para então definir as políticas públicas.
Nesta quarta-feira, aniversário de Cuiabá, os participantes discutem a relação entre esporte, lazer e desenvolvimento sustentável nas comunidades indígenas.
Agência Brasil
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