sábado, março 28, 2015

'Todos saberão meu nome', teria dito copiloto à ex-noiva

Andreas Lubitz em maratona de pilotos em 2009 - Michael Mueller / APA

A ex-noiva de Andreas Lubitz afirmou neste sábado, em entrevista ao tabloide “Bild”, que o copiloto da Germanwings dizia constantemente a ela: “Um dia todos saberão o meu nome”. Identificada como Maria W., de 26 anos, a comissária de bordo chegou a trabalhar com o copiloto por cinco meses no ano passado e disse que rompeu o relacionamento por causa dos problemas pessoais e comportamento errático de Lubitz. Ele também passava por tratamento para problemas de visão que impediriam o prosseguimento de sua carreira, afirmou o "New York Times".

“Ele me dizia ‘Um dia farei algo que vai mudar todo o sistema, e todo mundo vai saber meu nome e lembrar dele’. Não entendia o que ele queria dizer, mas agora faz sentido”, ela contou.

Na entrevista, Maria afirma também que ele foi diretamente afetado pelos problemas médicos que tinha, mas sem dar maiores detalhes.


"Andreas era um jovem muito amável e aberto nos voos, e alguém muito doce em privado. Era alguém que precisava de carinho. Terminei com Andreas porque era cada vez mais evidente que ele tinha um problema. Durante discussões, se irritava e gritava comigo. No meio da noite, acordava gritando 'Estamos caindo!'. Mas ele só me dizia que passava por um tratamento psiquiátrico."

O problema principal era quando o trabalho entrava na discussão — o que poderia ter provocado a tragédia.

"Sempre falamos muito de trabalho, e ali ele se transformava. Ficava irritado pelas condições: pouco dinheiro, medo pelo contrato, muita pressão. Se Andreas derrubou o avião deliberadamente, é porque entendia que, por conta dos problemas de saúde dele, seu grande sonho de uma carreira na Lufthansa, como capitão e um grande piloto, seria praticamente impossível.”


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O jornal "New York Times" revelou neste sábado que Lubitz sofria de problemas de visão e passava por tratamento. De acordo com autoridades ouvidas pelo jornal, os problemas poderiam comprometer sua carreira como piloto. Ele teria recebido tratamento na clínica de Düsseldorf — da qual rasgou registros médicos que dariam licença médica a ele.

O "NYT" afirmou que não se sabe qual era a gravidade do problema ocular dele. Um médico ouvido afirmou que é possível que uma possível doença poderia ter origem com condições psicossomáticas. Com regras bastante estritas, um problema mais sério faria com que Lubitz fosse forçado a abandonar o sonho de infância de pilotar.

Outras revelações também vieram à tona. Em entrevista à rede iTélé, um membro de um clube de pilotos de planadores de Sisteron, perto do local do desastre, afirmou que Lubitz e outros membros do clube que frequentava em Montabaur (sua cidade natal) conheciam o lugar desde a infância. O copiloto frequentou o local em 1996 e 2003.

O Globo

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