Dentre as cidades que apresentam níveis preocupantes na questão das drogas também estão Vitória de Santo Antão e Ribeirão, na Zona da Mata, Pesqueira e Lajedo, no Agreste, e Serra Talhada, Ouricuri e Petrolândia, no Sertão do estado. No entanto, o levantamento, que foi feito a partir de dados fornecidos pelas prefeituras das cidades, não apresenta um panorama completo, uma vez que algumas gestões não enviaram os dados para a pesquisa - como o Recife, por exemplo.
O Observatório do Crack é um estudo realizado pela CNM anualmente, desde 2010. A instituição considera 5.568 municípios -- no entanto, nem todos respondem à pesquisa. O levantamento é realizado a partir de um questionário online, respondido pela gestão de cada cidade, com dados descritivos. Tendo como ponto de partida questões sobre a problemática do crack e a rede de atenção existente em cada município, os gestores definem se o nível dos problemas causados pela circulação do crack é alto, médio ou baixo.
De acordo com a assistente social e consultora do Observatório da CNM, Rosângela Ribeiro, o estudo, que abrange todo o país, também aponta boas práticas. “Existem experiências de sucesso, como municípios na Paraíba transformaram cenas de uso [cracolândias] em unidades de acolhimento, aproveitaram aqueles espaços para revitalizar e trazer a comunidade para participar, e isso é uma forma de prevenir, de envolver a sociedade no tratamento, na reinserção social”, comenta.
Ribeiro afirma ainda que, como a maioria dos municípios em situação crítica são de pequeno porte, a sugestão da CNM é investir nas ações de prevenção, com palestras, por exemplo. Ela também lembra que as ações de prevenção devem ser conjuntas entre vários setores. “A gente precisa de uma rede estruturada e integrada, o que significa ofertar tanto tratamento ambulatorial quanto internação, ações integradas em saúde, educação, assistência social e, principalmente, segurança pública”, completa.
G1 PE
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