Mulheres têm assumido o desafio de assumir o próprio negócio. Conheça recomendações para fazer sua empresa dar certo no País
As mulheres são a maioria da população brasileira e buscam cada vez mais espaço também no mundo dos negócios. Neste domingo (8), elas são reconhecidas em todo mundo pelo Dia Internacional da Mulher.
Seja por necessidade de assumir os gastos familiares, seja para atender o sonho de ter um negócio próprio, as mulheres têm decidido tomar o caminho do empreendedorismo.
Tanto é assim que elas respondem por números superlativos nas pesquisas sobre o empreendedorismo no Brasil. O mais recente Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, organizado pelo Sebrae com números sobre o período entre 2002 e 2012, mostra que o total de empreendedoras femininas cresce em todas as cinco regiões do País.
O movimento contribiu para a ampliação da fatia de mulheres dentro do volume absoluto de empreendedores. Mas como conquistar a sonhada prosperidade em uma atividade repleta de novidades e desafios?
Pesquisa do Sebrae mostra que de cada dez micro e pequenas empresas (MEI) sete superam a marca de dois anos de existência.
Experiências
"Cometi todos os erros possíveis e imagináveis", afirma a empresária Sheila Diab Maluf sobre os primeiros dias à frente da livraria e editora Viva, em Maceió (AL).
Hoje, com quase três anos de experiência como empresária, é considerada um dos expoentes femininos no empreendedorismo. “Mas continuo em fase de aprendizado."
"Minha experiência não me preparou para ter um pequeno negócio". A frase é da fundadora da Rede Mulher Empreendedora Ana Lúcia Fontes, dona de currículo recheado após os mais de 20 anos de serviços prestados em marketing no setores financeiro e automobilístico.
Ana conta que recebeu conselhos valiosos quando foi selecionada para participar do programa 10.000 Mulheres, coordenado no Brasil em parceria com a FGV.
Cooperação
Em 2010, Ana colocou em curso um projeto ambicioso: decidiu criar a Rede Mulher Empreendedora com o objetivo de transmitir a experiência que adquiriu para outras mulheres encarando o desafio de empreender. "Criei um site para falar sobre os perrengues que passei."
"Comecei a escrever junto com uma amiga. O pensamento é: vamos ajudar outras mulheres." Hoje, a Rede Mulher Empreendedora conta com um banco de 36.500 empreendedoras cadastrados. Mantém ainda dois grupos na rede social Facebook que somam mais de 200 mil membros.
Com o conhecimento de quem também já foi iniciante, Ana é rápida para apontar uma lista de erros das recém-empreendedoras: desde encontrar uma real oportunidade de negócio até a pouca desenvoltura para lidar com o lado financeiro da empresa. Também consta na relação a escolha de parceiros para compor uma sociedade.
"Sociedade é um casamento sem amor e com dinheiro. Tem que ser muito bem pensado."
Troféu Ouro
Sheila Diab Maluf conta que fechou contrato com uma grande empresa para patrocinar um evento em sua livraria. Só foi perceber que esquecera de incluir os impostos na planilha de custos depois que já havia enviado o orçamento para a patrocinadora. Resultado, teve de arcar com um valor que prefere não revelar.
“Passei 30 anos da minha vida trabalhando para outros na área acadêmica. Não foi fácil.” Sheila adquiriu boa parte dos conhecimentos em literatura durante os dias de professora da Universidade Federal de Alagoas. Os conhecimentos em finanças, porém, aprendeu na prática já como empreendedora.
As palestras e eventos são parte do sucesso da empresária e um dos trunfos para ter sido lembrada pelo Prêmio Mulher de Negócios. Com eles, atrai para o espaço físico de sua livraria não somente um público interessado nas palestras que promeve, como também potenciais consumidores.
Sheila venceu o Troféu Ouro na categoria Pequenos Negócios do Prêmio Mulher de Negócios, promovida pelo Sebrae. A cerimônia de entrega ocorrida na primeira quinzena de março também teve como destaques dois outros nomes: Milena Curado de Barros, na categoria MEI, e a agricultora de Noilde Maria de Jesus, de Brazlândia (DF), pela produção rural, sobretudo de morangos.
Atividades
De acordo com a fundadora do Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, a área de serviços é o principal foco de atuação das empresárias: 60% fazem a opção por atividades desta natureza. Na sequência, vêm comércio e ONG/ indústria.
"O primeiro fator na hora de decidir a atividade de atuação são os conhecimentos de cada pessoa. A tendência é seguir para o ramo que a mulher naturalmente domine. Além disso, contam as experiências profissionais. A tendência é que uma jornalista que trabalhou em um veículo de comunicação, por exemplo, abra uma assessoria de imprensa quando quiser empreender", explica.
Sites de apoio
Rede Mulher Empreendedora
A Rede Mulher Empreendedora foi fundada em 2010 com o objetivo de servir como uma plataforma de serviços para unir e auxiliar empresárias brasileiras a desenvolver seus negócios. O portal promove a integração, conhecimento e troca de informação entre sua base de cadastrados. Além do contato virtual, a Rede Mulher Empreendedora promove encontros mensalmente com uma média de 200 a 250 empresárias.
10.000 Mulheres
Programa financiado pelo banco Goldman Sachs. Trata-se de uma iniciativa filantrópica global responsável por capacitar dez mil mulheres empreendedoras de 43 países, por meio de cursos de negócios e gestão. No Brasil, a iniciativa é desenvolvida em parceria com Fundação Getulio Vargas (FGV). O programa reserva uma carga de 10% do total de vagas para o Brasil, ou seja, atende um total de mil brasileiras.
Empreendedorismo Rosa
O blog surgiu com a proposta de valorizar a mulher empreendedora e tudo que envolve o seu universo. O espaço reúne entrevistas com mulheres de destaque, artigos sobre a vivência empreendedora no mundo, análises masculinas a respeito do empreendedorismo feminino, perfil de empresas, cobertura de eventos, dicas para o dia a dia, vídeos, além de networking.
Dados do empreendedorismo no Brasil
55% das donas de pequenos negócios cursou, pelo menos, o Ensino Médio até 2012. Em 2002, fatia era de 39,3%
Região Norte registrou expansão de 78% no número de empreendedoras entre 2002 e 2012
Demais regiões: Centro-Oeste (36%), Sul (21%), Nordeste (12%) e Sudeste (10%)
Sete milhões e 350 mil é o número de empreendedoras no Brasil
Sete entre cada dez MEI, micro e pequena empresa, sobrevive aos primeiros dois anos de existência
Fonte: Portal Brasil, com informações do Sebrae
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