Após a recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) de que mulheres com mais de 40 anos devem fazer a mamografia anualmente, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) afirmou que a recomendação do Ministério da Saúde é que mulheres com 50 a 69 anos sem sinal da doença façam o exame a cada dois anos.
Segundo o Inca, a inclusão de mulheres com 40 a 49 anos no rastreamento "tem limitada evidência de redução da mortalidade, além do fato do balanço entre riscos e possíveis benefícios do rastreamento ser desfavorável". De acordo com o instituto, a mamografia tem menor sensibilidade em mulheres na pré-menopausa, devido à menor densidade mamária.
Além disso, o Inca argumenta que "não há evidências conclusivas de que a periodicidade anual traga mais benefícios do que a bienal, e os danos associados ao rastreamento aumentam muito".
O instituto não se posicionou sobre a afirmação de que é necessário distribuir melhor os mamógrafos porque não teve acesso ao estudo completo da SBM, mas afirmou que 50% das mulheres com 50 a 69 anos vivem na Região Sudeste. Ontem, referindo-se à cobertura privada e pública, o presidente da Comissão de Imaginologia da SBM, José Luis Esteves, disse à Agência Brasil que as regiões Norte e Nordeste precisam de mais mamógrafos, e que os equipamentos estavam concentrados no Sul e no Sudeste.
Ontem (5), Dia Nacional da Mamografia, a Sociedade Brasileira de Mastologia, por meio de um estudo próprio, afirmou, com base em informações do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde que de 10 milhões de mamografias esperadas pelo INCA em mulheres na faixa etária dos 50 aos 60 anos, apenas 2,5 milhões foram feitas em 2013. O Inca afirmou que não foi a fonte de tal estimativa e que ela não contempla a faixa etária recomendada pelo instituto.
A Sociedade Brasileira de Mastologia defende que "a mamografia feita com qualidade e com periodicidade anual ainda é o modo mais preciso de se diminuir a mortalidade por câncer de mama" e menciona uma pesquisa feita no Canadá com mulheres de 40 a 79 anos, observadas por 19 anos. Segundo a pesquisa, as canadenses que fizeram o exame tiveram uma taxa de mortalidade 40% menor.
A Agência Brasil não conseguiu entrevistar a Sociedade Brasileira de Mastologia para comentar o assunto.
Agência Brasil
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