Segundo o SwissLeaks, o banco ajudou clientes de mais de 200 países a fugir dos impostos em contas no montante de 104 bilhões de euros, entre novembro de 2006 e março de 2007.
A autoridade de supervisão do comportamento financeiro (FCA, na sigla em inglês) anunciou hoje (16) que está analisando as práticas do Hongkong and Shanghai Banking Corporation (HSBC), depois das revelações do escândalo financeiro.
Na sexta-feira, o Banco da Inglaterra, que também trata da supervisão do sistema bancário, por meio da Autoridade de Regulação Prudencial, prontificou-se a analisar as práticas do HSBC.
Na França, os juízes encarregados do inquérito relativo à fraude fiscal praticada em grande escala no HSBC Private Bank, baseado em Genebra, na Suíça, terminaram as suas investigações, o que abre agora a possibilidade de abertura de um processo.
Os juízes Guillaume Daieff e Charlotte Bilger terminaram as investigações na última quinta-feira (12), mas o inquérito prossegue analisando outros aspetos, especialmente aqueles ligados ao papel desempenhado pela sede do banco, que fica em Londres. Daieff e Bilger estão convencidos de que o banco “se beneficiou do produto da fraude fiscal”, organizou a ocultação “dos fluxos financeiros” e “lavou fundos de origem ilícita”, conforme especificou uma fonte envolvida no caso.
Em particular, o banco teria utilizado numerosos fundos e empresas fantasmas para ajudar os seus clientes donos de grandes fortunas a esconder os seus ativos. Após o fim das investigações, a próxima etapa relevante vai ser a das acusações da procuradoria. Ou seja, os juízes de instrução vão ter de decidir se o HSBC Private Banking é ou não julgado.
O banco tem ainda a possibilidade de admitir a culpa. Este cenário passaria por uma dura negociação entre a Justiça e o banco. As acusações que incidem sobre o HSBC implicam multa, que pode chegar à metade do valor dos fundos lavados e ser suficientemente pesada para dispensar a realização de um julgamento.
Na semana passada, veículos de imprensa do mundo inteiro divulgaram levantamento do Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação, batizado SwissLeaks, realizado com base em documentos do banco na Suíça roubados em 2007 por um antigo empregado, o técnico em informática franco-italiano Hervé Falciani.
Agência Lusa em Agência Brasil
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