quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Prefeito matou mulher por ciúmes enquanto ela dormia no PI, diz polícia

Prefeito de Lagoa do Sítio-PI (foto) desconfiava de que era traído, Empregada tinha caso com o político e tem participação no crime, segundo a polícia. 
Arma do crime foi encontrada escondida entre o
telhado e o forro da casa (Foto: Catarina Costa/G1)

A Polícia Civil do estado do Piauí disse nesta quarta-feira (11) que José de Arimatéia, conhecido como Zé Simão (PT), prefeito de Lagoa do Sítio, a 240 km de Teresina, é o autor do tiro que matou a primeira-dama Gercineide Monteiro, de 34 anos, crime ocorrido na madrugada da terça-feira (10). Segundo a polícia, a empregada do casal, Noêmia Maria da Silva, de 46 anos, tinha um caso com o gestor e também tem participação no assassinato. Os dois serão investigados por homicídio duplamente qualificado pelos seguintes agravantes: vítima indefesa e motivo fútil.

Os suspeitos estão presos: José de Arimatéa na Delegacia de Polícia Interestadual (Polinter) e Noêmia na Penitenciária Feminina, ambos em Teresina. Os dois negam a autoria do crime e não foram indiciados pela Polícia Civil, que tem 30 dias para finalizar o inquérito. Caso sejam condenados pelo o homicídio, podem pegar até 30 anos de prisão. O advogado do prefeito, Lucas Villa, disse que está trabalhando na defesa de seu cliente e que não vai se pronunciar sobre o caso por enquanto. Noêmia Maria ainda não constituiu advogado para sua defesa.

Segundo a polícia, o prefeito matou a mulher por ciúmes, ao suspeitar que era traído. As investigações mostram também que a empregada doméstica do casal Noêmia Maria participou do homicídio ao esconder a arma do crime.


O delegado Willame Moraes, gerente de polícia do interior, foi um dos primeiros a chegar ao local do crime quando o corpo foi encontrado, às 8h da terça-feira. Vizinhos acionaram a polícia depois que o prefeito anunciou que sua mulher havia sido assassinada.

Para a polícia, José de Arimatéia tinha muito ciúme da mulher e a matou com um tiro no ouvido quando ela estava dormindo. "É curioso porque ele não disse que ela estava morta, mas que havia sido assassinada. Ele gritava que haviam matado Gercineide, mas o corpo não apresentava sinais de violência porque ela foi morta com um tiro no ouvido enquanto dormia. Quando chegamos, estranhamos também porque ele não acionou atendimento médico quando encontrou a mulher morta", disse o delegado.

Contradições
Ainda segundo Willame Moraes, as mentiras que o prefeito contou em depoimento foram fundamentais para comprovar a autoria do crime. Segundo o delegado, José de Arimatéia mentiu sobre o último momento em que falou com a mulher e sobre ter mantido relações sexuais com Gercineide no dia anterior.

“Na tentativa de convencer a polícia de que o casamento dos dois não tinha problemas, o prefeito disse que fez sexo com ela no dia anterior ao da morte. Mas a perícia confirmou que não havia qualquer sinal de relações sexuais recentes no corpo da primeira-dama”, declarou o delegado.

Willame Moraes informou ainda que o prefeito declarou em depoimento ter acordado Gercineide às 5h da manhã da terça-feira (10) para perguntar onde estava a chave do seu carro.

Segundo o delegado, o prefeito disse que em seguida saiu para o sítio do casal, localizado a 20 minutos da residência onde moravam, deixando Gercineide em casa.

“Isso é impossível de ter acontecido porque os exames da perícia comprovam que ela já estava morta no início da madrugada, por volta de 1h. Às 5h da manhã ela já estava morta, ele não poderia ter falado com ela a essa hora”, disse.



Maria Romero
Do G1 PI

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são publicados somente depois de avaliados por moderador. Aguarde publicação. Agradecemos a sua opinião.