Um prédio de quatro andares desabou na Travessa do Liceu, no Centro do Rio, na madrugada desta segunda-feira. O desabamento aconteceu por volta de 1h30m, logo depois da forte chuva que atingiu a cidade. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estão no local e utilizam um trator para retirar os entulhos do edifício, próxima à Rua Acre. Uma obra era realizada no local para a construção de novos andares.
De acordo com o subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, os agentes estão acompanhando os trabalhos, pois alguns moradores relataram que pedreiros poderiam estar dormindo no prédio.
— Estamos primeiramente fazendo um trabalho para remover os entulhos para desobstruir a área que dá acesso ao interior do prédio para iniciarmos o trabalho de busca dessas possíveis vítimas. Mas ainda não sabemos se realmente havia alguém dormindo no edifício. Estamos torcendo para que não tenha ninguém aí dentro — disse Márcio Motta.
Nenhum responsável pelo imóvel compareceu até o momento no local. Segundo o subsecretário, o responsável poderá responder pelo crime de desabamento, que prevê pena de até um ano de detenção.
Toda a parte de interna do prédio está destruída. No primeiro andar do prédio funcionava um bar e no segundo pavimento tinha uma lan house. Uma academia que funciona ao lado está interditada. A circulação na travessa também está bloqueada.
Moradores de prédios vizinhos relataram que ouviram um forte barulho e viram muita fumaça.
— Em um primeiro momento não entendi o que estava acontecendo, pois não dava para ver o prédio desabado. Somente um enorme bola de fumaça branca tampando o prédio. Achei que fosse um incêndio, mas quando a fumaça se apromximou da nossa janela percebemos que era uma fumaça de poeira e não de algo que estivesse pegando fogo — relatou o comerciante José Barbosa, de 28 anos, que mora no sétimo andar de um prédio vizinho.
Já o mestre de obras Dorival Monteiro, que também mora na região, diz que o barulho foi ensurdecedor:
— Estava aqui na esquina conversando com uns amigos quando escutamos um estrondo. Parecia um raio que tinha acertado um local aqui perto. Quando chegamos na travessa, estava tudo abaixo — disse.
Segundo moradores que preferiram não se identificar, o local funcionava como uma hospedaria há três anos, quando o dono do imóvel morreu. O edifício, conhecido como "casa das bonecas", teria ficado sem proprietário. Eles denunciam que nos últimos dois anos o dono de um bar que funcionava no primeiro pavimento estaria realizando uma obra irregular, sem autorização, para aumentar o número de andares.
Um dos moradores da região afirmou que nos últimos dias diversas caçambas de entulhos foram retiradas do prédio.
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- É uma obra que já dura dois anos. Nunca a fiscalização veio olhar e tem sempre um pedreiro que entra e sai bêbado desse prédio — relatou uma das testemunhas.
Ainda de acordo com o subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, não há informações precisas sobre o tipo de obra que estava sendo feita no local.
- É uma obra que estava levantando outros andares. Mas não dá para saber ao certo ainda quantos pavimentos essa obra pretendia levantar. Isso tudo será investigado - disse.
O Globo
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